Aliados e oposição travam guerra por votos de indecisos na Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2016 09h23
Brasília - O novo ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de posse (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil - 17/03/16 Lula durante nomeação na Casa Civil

 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comanda articulações em Brasília para assegurar votos de indecisos e barrar o impeachment de Dilma Rousseff. O PT precisa do apoio de 172 deputados para evitar o afastamento da presidente em votação prevista para domingo (17), no plenário da Câmara. A oposição tenta garantir 342 votos, o equivalente a 2/3 dos 513 deputados, para aprovar o impedimento de Dilma.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo, Lula mantém reuniões diárias com parlamentares e ministros em um hotel de luxo na capital federal. PMDB, PP, PR e PSD concentram a maioria dos indecisos, mas nomes do PSB, PTB e até PTN são alvo da cobiça de ambos os lados.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirma que a maioria da legenda defende o impeachment, mas descarta imposições na hora da escolha: “Somos um partido aberto a discussões e respeitoso com as minorias, que nesse caso são muito pequenas, mas são existentes, portanto não vamos fazer disso um cavalo de batalha”. Siqueira diz que, independentemente do resultado de domingo, não há garantias de que a crise política e econômica será superada.

O líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente, afirma que o placar do impeachment ainda é uma incógnita: “Se você me falar hoje, eu digo que o governo ganhou pontos para vencer ou manter os 342 da oposição de direita lá, mas podem acontecer outros fatos na semana que podem desequilibrar o resultado”. Ivan Valente diz que o PT poderá judicializar o processo, mas avalia que a intervenção do Supremo só ocorrerá caso o rito do impeachment seja alterado.

Agora no PSD, do ministro Gilberto Kassab, o vereador e pré-candidato à prefeitura de São Paulo Andrea Matarazzo aposta no afastamento de Dilma: “Boa parte dos parlamentares do PSD, pelo que eu vi, também são favoráveis ao impeachment. Acho que hoje minha expectativa é que o PSD saísse do governo”.

A comissão especial, composta por 65 deputados, vota nesta segunda-feira (11) o relatório favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, do PMDB, quer iniciar a discussão final na sexta-feira e concluir os trabalhos no domingo (17).

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