Alta dos alimentos volta a pressionar a inflação
Alta dos alimentos volta a pressionar a inflação, e IPC da FIPE aponta até 20% de aumento só na terceira semana de novembro. Entre os produtos de maior consumo com altas expressivas estão o tomate, com 16% e o açúcar, com 7%, seguidos pelo arroz e café. A consequente redução do poder de compra força o consumidor a mudar hábitos, deixando de lado artigos industrializados e alimentos “in natura”.
Em entrevista a Renata Perobelli, o economista Nelson Barrizelli confirma esse cenário, mas espera uma situação mais favorável em 2016: “O consumidor deixa de comprar marcas mais caras e começa a comprar marcas mais baratas, afinal ele precisa continuar vivendo. Essa questão naturalmente vai se resolver”. Barrizzelli vê no desemprego crescente, agravado pela crise política, o principal causa de queda da inflação no ano que vem.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, Emerson Destro, lista o que mais pesa na composição dos preços: “O que influencia no custo do produto na verdade é o que compõe a matéria-prima. Reposição de custo, salários que aumentam, energia elétrica, combustível, tudo isso que nós estamos vivendo como pessoas físicas, no comércio não é diferente”. Emerson Destro acredita que o comércio precisa buscar alternativas para contornar a renda menor do brasileiro e vencer o período de crise.
Na outra ponta, o consumidor adota práticas antes incomuns para conseguir suprir a demanda, como atesta o empresário Ricardo Roldão: “Ele começa agora a fazer aquela compra de abastecimento, que antigamente era chamada de compra do mês, e compra itens para um mês, ou dependendo da família, para dois meses, no atacado”.
Em um ano, o feijão subiu 40% na gôndola, a carne de primeira, 20%, e a batata aumentou quase 50%. Quem mais sofre é a população de baixa renda, que destina em média 30% dos salários a gastos nos supermercados, a maior parte com alimentos.
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