Alunos param trânsito da Faria Lima, mas governo dá seguimento ao plano de reorganização escolar
Alunos de escolas ocupadas bloquearam um dos principais cruzamentos de São Paulo por mais de quatro horas em manifestação na segunda-feira (30/11). Os estudantes fecharam o sentido Jardins da Avenida Brigadeiro Faria Lima na esquina com a Rebouças no período da manhã.
A maior parte das 100 pessoas que participaram do protesto era de alunos da Escola Estadual Fernão Dias Paes, uma das principais instituições ocupadas.
Os manifestantes levaram cadeiras e bloquearam o cruzamento, afetando o trânsito tanto de quem tentava ir para o trabalho de carro ou de ônibus. A reportagem levou quase duas horas para ir da Lapa até Pinheiros em um caminho que, sem trânsito, demoraria vinte minutos.
Antes de acompanhar a manifestação, a Jovem Pan visitou a Escola Estadual Anhanguera, onde a aposentada Valmirete Silva Lima tem uma filha matriculada: “Como vai ficar a condição destes alunos em relação ao ano letivo? Vão ser reprovados? Vão ter reposição? O que esses alunos estão aprendendo? O que eles têm para oferecer ao mercado de trabalho?”.
O clima era pacífico na ocupação: sem aulas, os estudantes se revezavam nos cuidados com o prédio.
A conselheira tutelar da região, Lilian Caltabelotti, conta que os alunos estão organizados e realizam serviços dentro da escola: “Eles estão limpando, lavando, cozinhando, estão bem organizados. Até pintaram a escola”.
Até agora, são mais de 170 escolas ocupadas por alunos em todo o Estado de São Paulo. O plano de reorganização prevê o fechamento de 93 unidades para que possam ser disponibilizadas para prefeituras ou para o Centro Paula Souza. O governo de São Paulo publicou nesta terça-feira (01/12) o decreto que autoriza a transferência de professores para a implementação do plano.
Informações do repórter Tiago Muniz e Agência Brasil
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