Analistas preveem recessão de 3,6% até o fim de 2016
O Boletim Focus do Banco Central desta semana aponta que o mercado baixou a expectativa de inflação para 7,43% neste ano. Apesar do número ainda extrapolar o teto da meta, que é de 6,5%, os analistas apontam dois motivos para o número mais benigno. O primeiro é o dólar em queda com a perspectiva do impeachment e o outro é a recessão que esvaziou o bolso do trabalhador.
Em entrevista a Denise Campos de Toledo, a economista Alessandra Ribeiro assinala que a política permite o desenho de dois cenários básicos: “Um cenário com a permanência da presidente Dilma e todo o desenvolvimento desse cenário, afetando as principais variáveis como o PIB, o câmbio e a inflação, ou um cenário com a interrupção de mandato, com diversos cenários possíveis, com repercussões diferentes sobre essas variáveis da pesquisa Focus”.
Já a economista Thais Zara salienta que a expectativa de inflação é fortemente influenciada pela cotação da moeda americana. Ela lembra que o valor do dólar está mais atrelado ao destino do governo dos petistas: “Essa queda que a gente tem tido das projeções de inflação está muito relacionada ao câmbio e o câmbio está totalmente ligado à questão política. Os agentes percebem que tem uma chance de impeachment e, nesse cenário, o câmbio seria menor do que eles têm esperado até agora”.
Os analistas ouvidos pelo Banco Central mantêm o cenário de destruição progressiva da atividade econômica. O terceiro trimestre ainda não terminou e já se trabalha com recessão de 3,6% até o fim do ano.
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