Antecipar eleição serve para atender Cunha, lamenta Jarbas Vasconcelos

Jarbas Vasconcelos - Ag. Senado

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB- PE) criticou a decisão de líderes partidários de antecipar a eleição para a Presidência da Câmara para terça-feira (12).

“Eu acho que é um contrassenso fazer isso na segunda ou terça-feira. Se é dentro de cinco sessões, o prazo se esgota para quinta-feira, sexta. A presidência, mesmo sendo essa pessoa incapaz, Maranhão já havia marcado para quinta-feira. Essa história de antecipar para terça-feira é para atender Eduardo Cunha. Ele queria fazer na segunda-feira à noite, não conseguiu e passou para terça-feira. Com mais pressa, melhor para Cunha”, lamentou o peemedebista.

Em reunião tumultuada, também ficou acertado o cancelamento da reunião da Comissão de Constituição e Justiça de segunda-feira (11) e sua transferência para o dia seguinte, no mesmo horário da sessão para a escolha de um novo presidente da Casa.

Por conta do adiamento da sessão da CCJ, líderes do PT, PSDB, PSB, DEM, PDT e Rede se posicionaram contra a nova data, mas foram vencidos pela maioria formada por líderes do “Centrão”.

Para Jarbas Vasconcelos, Cunha “faz deboche” por trás de sua renúncia e, “por trás dela tem um acordão” e criticou, caso a mudança de data seja uma tentativa de manobra do deputado.

“Se o prazo é de cinco sessões, vamos cumprir o prazo, para ver uma candidatura. Não podemos marcar publicamente com 8 ou 9 candidatos. É um mandato tampão. Temos que forçar para ter uma pessoa que corresponda aos anseios”, lembrou.

Candidatura ao cargo

Para o deputado do PMDB, o novo presidente da Casa deve “pensar no conjunto” e não apenas em si e descartou qualquer candidatura ao cargo. “Eu tenho sérios problemas com o baixo clero. Não é fácil minha convivência com eles. Tenho dificuldades do meu lado, não tenho apoio do meu partido e tenho problemas com alguns de outros partidos que me olham enviesado”, disse.

Ele lembrou ainda que, para o cargo, não pode ser mais um “apadrinhado” de Cunha e destacou nomes como o dos deputados Benito Gama (PTB-BA), José Carlos ALeluia (DEM-BA), Heráclito Fortes (PSB-PI), Júlio Delgado (PSB-MG), Rubens Bueno (PPS-PR). “A gente tem que ir por aí para achar alguém que não esteja envolvido com safadeza, com falcatruas”, encerrou.