Anvisa aprova registro do primeiro medicamento à base de derivado da maconha no País
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou, pela primeira vez no Brasil, o registro de um medicamento à base de maconha. O remédio tem o nome comercial de Mevatyl e já é comercializado em outros 28 países, onde é conhecido como Sativex.
A droga é usada no tratamento da espasticidade, um problema decorrente da esclerose múltipla e que provoca rigidez dos músculos em portadores da doença.
O medicamento contém canabidiol e tetraidrocanabinol, dois compostos derivados da Cannabis Sativa, a planta da maconha.
Até então, a Anvisa liberava apenas a importação de produtos à base destas substâncias.
Apesar da liberação dos remédios comprados em outros países, ainda não havia nenhum produto desta categoria com registro no País.
O índice de THC será de 27 miligramas por mililitro, enquanto a presença do canabidiol será de 25 miligramas por mililitro.
O toxicologista Anthony Wong avaliou que a dosagem é alta, mas acredita que a Anvisa acertou, ao reconhecer as propriedades medicinais da maconha. Ele explicou ainda que a presença de componentes da maconha no medicamento não é suficiente para provocar dependência.
Segundo a Anvisa, o Mevatyl chegará às farmácias na forma de uma solução oral, em spray.
A droga é fabricada pelo laboratório GW Pharma, da Inglaterra e será rotulada como tarja preta.
O paciente deverá apresentar uma receita médica especial e a assinatura de um termo de consentimento, antes de concluir a compra.
Segundo a Anvisa, o Mevatyl é recomendado apenas para pacientes adultos que não demonstraram resposta a outros medicamentos.
Ainda de acordo com a agência, ao contrário de outros produtos à base da cannabis, o novo medicamento não é indicado para tratamento de epilepsia. Isso porque o remédio possui na composição o THC, derivado da maconha que pode, inclusive, agravar as crises epiléticas.
*Informações dos repórteres Vitor Brown e Marcelo Mattos
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.