Ao TSE, Marcelo Odebrecht confirma caixa dois à campanha de Dilma
Delações premiadas se cruzam e se confirmam no depoimento do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, ao ministro relator do pedido de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral.
O ministro Herman Benjamin foi pessoalmente ouvir o depoimento do empresário preso em Curitiba. Foram quatro horas de confirmação das delações premiadas. O processo corre em segredo, mas o depoimento acabou revelado por profissionais que acompanham o andamento do pedido de cassação da chapa.
Marcelo Odebrecht está em situação especial e tem que colaborar com a Justiça com base nos termos da delação premiada na Lava Jato. Ele disse que contribuiu com caixa dois e que pagou o trabalho do marqueteiro João Santana. Ele não soube precisar se foram R$ 20 milhões ou R$ 40 milhões.
O empresário contribuiu a pedido do presidente Michel Temer para o PMDB, e confirmou o jantar no Palácio do Jaburu.
O depoimento complicou ainda a situação do ex-ministro Guido Mantega ao dizer que pagou por medida provisória que beneficiou a empresa, mas fez questão de dizer que não sabe com certeza se Dilma, lula e Temer sabiam, na época, dos acertos.
Este é o julgamento do TSE a pedido do PSDB por abuso do poder econômico, e pode resultar na cassação da chapa e, por consequência, o afastamento do presidente Michel Temer. Se este último caso ocorrer, há eleição indireta no Congresso.
Ninguém tem dúvidas de que houve mesmo irregularidades no financiamento da campanha. A discussão é se haverá ou não o desvinculamento do vice na chapa. A defesa de Temer tem o argumento de que ele não participava das decisões de campanha.
*Informações do repórter José Maria Trindade
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