Apenas 20% dos diabéticos tipo I têm acesso a insulina análoga rápida
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Dados apontam que apenas 20% da população com diabetes tipo 1 tem acesso a insulina análoga rápida, que reduz complicações e amplia a qualidade de vida.
Quem tem diabetes sofre com episódios de hipoglicemia, que é a queda acentuada do açúcar no sangue. Isso acontece por vários motivos: insulina de mais, carboidrato de menos e, principalmente, insulina ultrapassada, como a distribuída pelo SUS.
Nos casos graves, geralmente à noite, a pessoa tem convulsão, entra em coma diabética como contou a advogada Débora Aligieri. “Estava certa que se piscasse deixaria de existir, se é que já não tinha deixado de existir no momento anterior à abertura dos olhos. Mas seus olhos e sua cara tão açucarados quanto os cabelos viram-se numa roupa encharcada de suor e lembrou-se de uma luta corporal consigo mesmo”.
A blogueira Luana Alves, que tem um canal direto com pacientes desta doença crônica que torna o pâncreas inativo, desabafou sobre a ineficiência do Ministério da Saúde e do SUS. “Falta respeito porque você não pode ficar um dia sem medir e sem a insulina. Um dia que você fique sem você pode entrar em um coma diabético, parar no hospital e morrer”.
A falta de padronização das medicações leva a um alto índice de judicialização que onera muito o Estado.
A especialista Karla Melo do Hospital das Clínicas e da Sociedade Brasileira de Diabetes revelou as maiores aberrações na saúde pública envolvendo a diabetes. “Sem o medicamento ou tratamento disponibilizado não atender a necessidade do paciente. A gente pode dizer vários absurdos. Por exemplo, o que é disponibilizado hoje é a insulina humana regular. Essa insulina nenhum tipo I deveria usar”.
Quem tem diabetes, pode baixar o aplicativo de contagem de carboidrato e monitorização de glicemia no gliconline.net ou acessar o blog da luana, a diabeteseeu.com.
*Informações da repórter Renata Perobelli
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