Apesar da crise, São Paulo chega aos 462 anos como motor de crescimento do país

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2016 08h17
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André Tambucci / Fotos Públicas São Paulo 462 anos - Economia

 A capital paulista completa 462 com queda de participação no PIB nacional e aumento de desemprego. Ainda assim, se a cidade fosse um país, figuraria entre as 50 maiores economias do mundo: exatamente na 43ª posição, entre Finlândia e Grécia.

A compilação de dados realizada pela Fecomercio constata que, apesar da crise, São Paulo assopra as velinhas inteira. A metrópole tem aguentado o tranco provocado pelas turbulências, é o que avalia o assessor econômico Guilherme Dietze: “A cidade de São Paulo completa esses 462 anos de uma forma muito inteira, completa, o PIB 2013 de mais de R$500 bilhões, ou seja, se porta como uma das maiores economias do mundo. Essa pujança da cidade é importante como um motor de crescimento para o país. Apesar da crise, e de que os dados de 2015 e 2016 devem ser negativos, São Paulo não deixa de ser a capital mais importante do país”. De acordo com a pesquisa, parte da estabilidade tem explicação: “Ela tem fôlego pela economia, pela característica dessa economia, que é diversificada. Outras cidades (não diversificadas) sofrem com a crise do petróleo, por exemplo.”, diz Guilherme Dietze.

Ainda assim, São Paulo representa hoje apenas 10,7% do PIB nacional, contra 11,1% no ano anterior. O número de paulistanos empregados no varejo também recuou com 2,1% em 2015.

O turismo, especialmente o de negócios, foi atingido em cheio pela redução do ritmo lento do mercado na cidade. E outra pesquisa recente, que retrata a percepção dos moradores sobre a metrópole, traz também um tom pessimista: 36% dos paulistanos consideram que a qualidade de vida piorou em relação ao ano anterior. A maioria deixaria a cidade se pudesse.

Mas, em parte, esse mau humor está contaminado pelo o contexto político-econômico do país, segundo o IBOPE e a Rede Nossa São Paulo, responsáveis pelo estudo.

A cidade consegue espelhar realidades muito distantes, assim como o Brasil, explica o coordenador executivo da ONG, Maurício Broinizi: “A gente tem visto dados de concentração de renda e de uma desigualdade social se aprofundando no Brasil e no mundo. E a periferia de São Paulo é bastante significativa do ponto de vista do retrato dessa desigualdade, entre as regiões mais ricas do país e regiões que são muito pobres, com carência de serviços e equipamentos públicos e oferta de melhor qualidade de vida para essa população”.

Outro dado que reafirma essa sensação de mal-estar na cidade é o índice de insegurança: 92% dos paulistanos acham que São Paulo é pouco ou nada segura para se viver, contra 85% do ano passado segundo essa mesma pesquisa.

Reportagem: Carolina Ercolin

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