Apesar de liderar primárias, Trump tem dificuldade em atrair votos
Na liderança das primárias americanas, Donald Trump e Hillary Clinton pensam agora em como conquistar votos dos outros pré-candidatos. A missão é mais complicada para o magnata republicano, que tem esfriado o tom dos discursos e evitado ataques diretos aos oponentes. O empresário venceu todas as prévias realizadas na última semana e agora precisa de menos de 300 delegados para alcançar a indicação do partido.
O diretor do Instituto Brasil Wilson Center de Washington, Paulo Sotero, prevê muitas dificuldades para Trump unir os republicanos: “O Trump terá agora que fazer o que ele raramente fez nessa campanha, que é ser presidenciável. Mostrar ser uma pessoa capaz de se apresentar como candidato à presidência de todos os americanos”. Trump adota um discurso anti-establishment que critica a classe política de Washington, mas o tom extremo dificulta a unificação do partido.
Entre os democratas, o coordenador do centro brasileiro de relações internacionais, Leonardo Paz, diz que Hillary terá mais facilidade em unir votos: “As pessoas que geralmente radicalizam muito em seus argumentos, elas podem aproveitar o momento de crise para ganhar mais votos, ao mesmo tempo ganham em contrapartida muita rejeição. Quando a Hillary está lutando contra o Sanders, ela está olhando para nichos específicos da sociedade, onde já achavam que ela ia bem, como por exemplo, entre os jovens e as mulheres”.
Enquanto isso, apoiados pelos caciques republicanos, os oponentes Ted Cruz e John Kasich tentam fazer uma manobra para evitar Trump na corrida. A ideia é fazer um lobby nos delegados que não se comprometem a transmitir o voto dos eleitores, como ocorre no estado da Pensilvânia.
Cruz e Kasich querem uma convenção indefinida, que pode levar a elite republicana a agir e barrar a indicação do polêmico empresário. As definições dos candidatos republicano e democrata serão feitas no mês de julho.
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