Apesar de negativas, pacientes não conseguem agendar cirurgia no Hospital São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 29/10/2015 13h38
Brasilia 04/04/2014 O Governandor Agnelo Queiroz e a Primeira dama Ilza queiroz durante Cerimônia de inauguração da Carreta Oftalmológica Local: Ceilândia /ao lado da Upa Foto: Denio Simões/GDF Dênio Simões/ GDF Olho

 Diante da crítica interna do setor de retina, relacionada à falta de materiais descartáveis, o Hospital São Paulo negou o cancelamento de cirurgias oftálmicas por falta de recursos, mas os pacientes relatam que ocorre justamente o contrário.

O feirante Marco Antônio da Silva e muitos outros pacientes que vão até o Hospital tentar marcar uma cirurgia, falam que não têm êxito: “Já marquei três vezes a cirurgia e foi cancelada. Me operaram uma vez, por causa de descolamento de retina, mas estou há um ano esperando outra cirurgia que eles ainda não fizeram. Entrei na justiça para me operarem porque eu não estou enxergando nada.”. A cirurgia para tratar o descolamento de retina deve ser feita o quanto antes já que, se demorar, o paciente pode até ficar cego.

O chefe do setor de retina do Hospital São Paulo fez um desabafo nas redes sociais denunciando a situação precária que o departamento enfrenta. O oftalmologista André Maia afirma que a instituição possui equipamentos e pessoal de primeira linha, mas não é possível trabalhar: “É dramático e nós demoramos para formar essa instituição, foram anos e anos de trabalho. Dentro deste centro cirúrgico temos os melhores  microscópios, temos médicos extremamente competentes e temos todos os recursos para oferecer para os nossos pacientes a melhor medicina possível, que você não encontra em hospitais privados de São Paulo. Mas na hora que precisamos de material descartável, não temos. É muito frustrante.”.

Em junho, a instituição vinculada à Universidade Federal de São Paulo chegou a suspender por um dia as internações não emergenciais. Na mesma nota que negou o cancelamento das cirurgias, a direção do Hospital aponta que “como outras unidades vinculadas ao SUS, lida com limitações orçamentárias”.

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