Após acordo controverso, refugiados deixam Grécia a caminho da Turquia

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2016 13h14
TOL23 IZMIR (TURQUÍA) 04/04/2016.- Refugiados llegan al puerto de Dikili en Izmir (Turquía) provenientes de la isla de Lesbos hoy, 4 de abril de 2016. Turquía recibe hoy al primer contingente de refugiados devueltos por la UE desde Grecia, aunque con dudas sobre cómo será el proceso y sobre si está plenamente organizada la logística necesaria. EFE/Tolga Bozoglu EFE Refugiados na Grécia

 Os primeiros barcos de refugiados deixaram a Grécia com destino à Turquia, após um acordo controverso liderado pela União Europeia. Às 7h30 desta segunda, no horário local, duas embarcações zarparam da ilha grega de Lesbos levando 131 imigrantes.

Em março, o governo turco aceitou o retorno de todos os refugiados que entrassem informalmente na Grécia após o dia 20. Em troca, Ancara vai receber cerca de seis bilhões de euros da União Europeia. O bloco também se comprometeu a acelerar a análise do pedido da Turquia para se tornar um estado membro.

O professor de Relações Internacionais da PUC do Rio, Paulo Sérgio Wrobel, diz que a União Europeia recorre ao acordo por dificuldades econômicas: “Os países europeus se encontram com crescimento econômico muito baixo. Os custos do estado europeu, educação, saúde, cresceram muito. É uma dificuldade muito grande da Europa, compreensível, de se comprometer a aceitar um número muito grande de refugiados”.

Apesar do grande número de africanos e asiáticos, os fugitivos do conflito sírio ainda compõem o maior contingente de imigrantes que tentam chegar à Europa. O cientista político e professor de relações internacionais Heni Ozi Cukier avalia que a solução depende da paz na Síria: “A guerra na Síria é o grande foco, é a raiz do problema, todas essas mediadas paralelas, que a Turquia receba mais imigrantes, que mude sua lei para ter um tratamento mais humanitário com os imigrantes, que a Grécia mande de volta para a Turquia, tudo isso é um cosmético, um enfeite, que não trata da raiz do problema”.

Enquanto isso, milhares de imigrantes ainda tentam a perigosa travessia pelo mar. As chegadas foram reduzidas na Grécia, mas aumentaram na Itália. De janeiro a março deste ano, 19 mil pessoas desembarcaram na costa italiana, contra 10 mil no mesmo período do ano passado.

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