Após horas de debate e brigas, nova lei de zoneamento deve ser votada nesta quarta-feira
Oposição consegue adiar por mais um dia a votação da nova Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo. O projeto analisado na Câmara Municipal libera a instalação de restaurantes, bares, buffets, farmácias e confecções em áreas residenciais. Os moradores de regiões como Jardins, Planalto Paulista, City Lapa, Alto da Boa Vista e Cidade Jardim querem impedir a aprovação dessa proposta.
Na terça-feira (15/12), houve bate-boca entre vereadores, como Juliana Cardoso, do PT, e cidadãos presentes nas galerias do plenário. A vereadora Juliana Cardoso chamou os munícipes de “coxinhas” e cinco pessoas foram retiradas pela polícia após coro de “fora PT”.
Falando a Marcelo Mattos, o líder do PSDB, Andrea Matarazzo, enfatiza a degradação das áreas residenciais a exemplo da Vila Madalena: “A visão do PT e de quem votar a favor desse relatório, tem como objetivo transformar as melhores áreas de urbanização da cidade em uma grande ocupação desorganizada”.
A lei pretende estipular o tamanho dos prédios e o limite de oito andares deve prevalecer, com exceção de áreas onde há boa oferta de transporte público.
O vereador Ricardo Young, do PPS, critica a falta de clareza no texto sobre as mudanças de impacto na vida do paulistano: “Nós fizemos as audiências públicas, ouvimos os movimentos, inclusive contrataram serviços para fazer o georreferenciamento das propostas que eles tinham e, quando chega finalmente no substitutivo, muito pouco disso entrou”.
Os parlamentares contrários à proposta apontam que os mapas apresentados pelo vereador Paulo Frange, do PTB, não trazem detalhamento.
Em entrevista a Anderson Costa, Gilberto Natalini, do PV, diz que ingressou na Justiça com pedido de delimitação das áreas por escrito: “Não tem descrição das áreas de zoneamento, só tem mapas. Mapas são imprecisos. Mapa tem que ser adendo, tem que ser complemento. No caso da Lei de Zoneamento o mapa é o principal e não tem descrição”.
A Lei de Zoneamento exige quórum qualificado para aprovação, mínimo de 37 votos do total de 55 parlamentares, daí o esforço da base governista. Após cinco horas de debates e com a apresentação de novas emendas, a votação na Câmara de São Paulo foi adiada para a tarde de hoje.
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