Após pegar zika uma vez, organismo torna-se imune ao vírus, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2016 07h38
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O Ministério da Saúde confirmou a terceira morte provocada pelo zika em adultos no Brasil. Foto: Fernanda Carvalho/ FotosP Públicas Fernanda Carvalho / Fotos Públicas Aedes aegypti

 A pesquisadora Clarice Arns, da Unicamp, coordena a força-tarefa junto com a USP e com a Unesp para combater o vírus zika. Em entrevista ao Jornal da Manhã ela explica como funciona o chamado teste rápido do zika: “Esse teste rápido é um teste molecular. Leva 5 ou 6 horas e muitas vezes tem que ser repetido. Ele é complexo e caro porque todos os reagentes são importados. A diferença desse para o (teste) de sorologia é que o molecular é detectado com o vírus ativo no organismo”.

Enquanto o teste rápido detecta o vírus enquanto o paciente está doente, com os sintomas e o vírus ativo, o teste de sorologia detecta os anticorpos que foram criados após a infecção, ou seja, após a fase aguda da doença. Clarice Arns explica que basta entrar em contato com o vírus zika uma vez para criar os anticorpos: “Uma vez que você ficou doente, se contaminou com o zika, você é imune contra esse vírus”.

Enquanto a dengue, que possui quatro sorotipos, pode ser contraída mais de uma vez, o vírus zika possui apenas um, o que faz o seu ciclo ser semelhante ao da catapora. Após a contaminação, o corpo tem uma resposta imunológica rápida e a doença não se manifesta.

Ao ser questionada sobre o uso amplo do teste rápido em várias cidades de São Paulo, Clarice Arns explica que as verbas estão focadas nas pesquisas sobre o vírus: “As verbas que temos são apenas para as pesquisas. Não temos verbas para fornecer para a população. Mas em São Paulo é baixo o número de pacientes com zika. Em Campinas a gente praticamente não viu ainda”.

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