Após votação fatiada, Padilha pede união do PMDB para “evitar solavancos”
No dia seguinte ao impeachment de Dilma Rousseff ser confirmado pelo Senado e a petista continuar apta a exercer função pública, há especulação de que a base de Temer esteja rachada.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, julgou normais as atitudes de senadores peemedebistas que votaram favoravelmente ao impeachment e contra a inabilitação.
Segundo Padilha, a intenção de Temer é unir a base para evitar divergências futuras: “em momento próprio temos que sentar e conversar, de forma objetiva, porque ninguém tem a ilusão de que estamos todos no Titanic. Temos que ter consciência que, no caso do PMDB, temos que estar juntos. O compromisso tem que ser honrado por todos. Caso contrário, teremos solavancos”.
Após o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, determinar o fatiamento da votação – impeachment e inabilitação -, Padilha declarou que um recurso teria que ser pensado com calma.
“A gente tem que meditar muito. Essa desconformidade tem que ser analisada com mais profundidade sob o ponto de vista da consequência de um recurso”, disse o ministro.
Padilha disse ainda que é preciso cuidar para que os “efeitos desse equívoco” não sejam mais danosos. “Não se compreende que se faça mudança na Constituição por um destaque. Abre precedentes perigosos, porque se formos alterar a Constituição a cada vez que tivermos um destaque… é absolutamente abominável”, declarou.
O ministro-chefe da Casa Civil reiterou ainda que a atitude pelo fatiamento da votação acabou de vez com o discurso de golpe impetrado por petistas e aliados de Dilma Rousseff. “Não há golpe nenhum. Golpe é ferir a Constituição”.
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