Assassinato brutal de adolescente na Argentina mobiliza manifestação no país

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2016 08h01
EFE Ni Una Menos - EFE

“Ni Una Menos”. A frase tomou conta da Argentina esta semana.

Depois do assassinato de Lucía Pérez, uma adolescente de 16 anos que foi drogada, estuprada e empalada na cidade de Mar del Plata, milhares de mulheres decidiram se manifestar contra a violência de gênero.

A promotora de Justiça do caso, Maria Izabel Sanches destacou que depois de matar Lucía, os assassinos ainda lavaram o corpo dela, colocaram roupas limpas e a levaram ao hospital alegando que estava desacordada por causa de uma overdose.

“Estavam preparando para que isso parecesse uma overdose”, disse.

O pai, Guilhermo Montero, disse que o crime é tão bárbaro que se torna impossivel descrever o que ocorreu na noite do último sábado, quando Lúcia foi morta. “A mataram de uma forma tão horrenda, que é indecritível”, lamentou.

Em uma carta à imprensa argentina, o irmão de Lucía menciona a frase “ni una menos”, título de um movimento que vem lutando para que a onda de violência contra mulheres seja estancada na Argentina.

A frase estava nas redes sociais e nas ruas na quarta-feira (19) quando mulheres de todo o país decidiram vestir preto e paralisar suas atividades por uma hora.

A Jovem Pan conversou com jovens que fizeram parte desta manifestação. Em Buenos Aires, o estudante Ulises Datri contou que uma marcha tomou conta da Praça de Mayo, na região central da cidade.

Ele explicou ainda que há pelo menos dois anos a violência contra a mulher tem sido tema de constantes protestos no país por conta do elevado número de feminicídios.

Desde o assassinato de Lucía Pérez, pelo menos outras três mulheres foram mortas na Argentina.

No ano passado, foram registrados 235 feminicídios no País, o que daria uma média de uma morte a cada 36 horas. Um ano antes, foram 225 assassinatos motivados pela violência de gênero.

*Informações da repórter Helen Braun

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