Atentados em Paris expõem força das redes sociais, para o bem e para o mal
Qualquer um conectado à internet e com uma conta em rede social acompanhou e participou de algum modo da comoção causada pelos atentados em Paris.
Assim que a primeira explosão aconteceu, no Stade de France, diversas postagens começaram a ser feitas no Twitter e no Facebook. Os usuários que estavam nas proximidades relataram o que viram e auxiliaram de algum modo na cobertura oficial, ainda munida de pouca informação no calor dos acontecimentos.
Na noite de sexta-feira a internet ficou dividida em duas hashtags: #PortesOuvertes (portas abertas) e #ParisAttacks
A primeira delas demonstra aquilo que muitas vezes esquecemos: são pessoas por trás dos perfis. Quem utilizava a hashtag #PortesOuvertes em Paris indicava que a porta de casa estava aberta para aqueles que estavam na rua, sem abrigo diante do medo.
A segunda hashtag, em inglês, #ParisAttacks mostra a força e a velocidade da informação na rede. A cada segundo, alguém em algum canto do planeta, publicava uma nova informação sobre o ocorrido em Paris. Essa hashtag ainda está ativa e, a cada novidade, é utilizada por alguém no Twitter, mantendo o assunto como um dos mais discutidos no microblog.
O jornalista especializado em mídias sociais Leandro Beguoci lembra que, de dentro do Bataclan, alguns reféns usaram o Twitter: “Uma coisa que é de cortar o coração é que as pessoas que estavam dentro da casa de shows estavam tuitando, mandando mensagens sobre o que estava acontecendo. Ao mesmo tempo em que dava para ficar tranquilo, tinha a tristeza absoluta de ver gente se despedindo ou reportando o que estava acontecendo em tempo real. São dois lados, com você exposto para o melhor e para o pior ao mesmo tempo”.
Se as redes sociais serviram para as vítimas avisarem familiares que estavam fora de perigo e ajudaram a promover a solidariedade, também podem ter sido utilizadas para organizar os ataques.
O monitoramento das redes sociais e de perfis de supostos terroristas cresceu nos últimos anos depois de ter ficado claro para agentes de inteligência que grupos como o Estado Islâmico e Al-qaeda aliciam jovens pela internet.
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