Atribuir culpa a Dilma é “pirueta retórica”, defende Cardozo
A presidente afastada Dilma Rousseff não deverá comparecer ao Senado para prestar depoimento na Comissão Especial do Impeachment. A sessão foi agendada para esta quarta-feira (06), mas ela não é obrigada a estar presente e pode apresentar a defesa por escrito.
As principais preocupações são o enfrentamento direto com os senadores e a possibilidade de deslize nas informações. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, José Eduardo Cardozo, advogado da presidente afastada, garantiu que Dilma é inocente.
O ex-ministro ressaltou que a acusação é apenas uma “pirueta retórica” e reafirmou que a petista não sabia das irregularidades das pedaladas.
Sobre a presença de Dilma na comissão do Impeachment, Cardozo adiantou apenas que ainda está avaliando diferentes aspectos.
“O que se tem que fazer é uma análise política e jurídica. Juridicamente, há algo que a presença da presidente possa trazer para um esclarecimento que não foi feito? Essa é a primeira questão que só pode ser analisada depois do depoimento das testemunhas e da perícia. Do ponto de vista político é recomendável que ela venha? Essa é uma outra questão”, disse.
Um dos temores da defesa de Dilma Rousseff é a possibilidade dela ser interpelada de forma direta por juristas como Janaína Paschoal.
Em entrevista o repórter Marcelo Mattos, a senadora Ana Amélia (PP-RS) ironizou ao dizer que a presidente afastada quer evitar deslizes políticos. A pepista não acredita na volta de Dilma Rousseff.
“Mas ela antes disso disse que voltando viraria as costas ao Congresso Nacional. Ela já declarou guerra antes de assumir, isso já é estrategicamente um equívoco político extraordinário”, pontuou a senadora.
Dilma Rousseff deverá ser julgada de forma definitiva pelo plenário do Senado até o fim de agosto.
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