Autoria de crime de Dilma está comprovada, diz Reale: “basta saber ler”

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2016 09h32
Jefferson Rudy/Agência Senado Miguel Reale Jr. na comissão do Senado 28/05

 Em entrevista à Jovem Pan, Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff criticou a perícia técnica do Senado, que indicou a ação da presidente na liberação de decretos, mas não nas pedaladas fiscais: “A perícia existe para a materialidade dos crimes e a materialidade está claramente estabelecida em relação às pedaladas e a irresponsabilidade. (…) Basta saber ler e comprar o Diário Oficial. A autoria está comprovada”.

O jurista aponta que, no papel de presidente da República, Dilma atuava através de seus ministros, mas que as ações recaem sobre ela: “Um presidente atua por via dos ministros. Ela é uma gestora por vias dos seus ministros. Falar que não encontraram uma carta dela, de autoria dela, não é a competência, não encontraram uma carta, mas não é o objetivo da auditoria. (…) Deixou de cumprir o dever dela. (…) Querer encontrar uma carta dela chega a ser bisonho, infantil”.

O autor do impeachment diz que, Dilma, enquanto presidente, ou “mandava fazer ou deixava de fazer o dever que é dela”, o chamado crime comissivo por omissão: “A questão técnica jurídica é muito mais grave do que um perito falar que não encontrou um documento”.

Reale falou que as testemunhas da defesa foram desmontadas pela perícia: “Não fizemos pergunta nenhuma, porque aquilo era tudo decorado, igualzinho. Decoraram o catecismo, foram lá e depuseram. Fizeram a sua ladainha e foram desmontados pela perícia, que provou que houve violação da meta fiscal, desrespeito ao Senado com decretos que violam a lei orçamentária e a alteração de crédito”.

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