Banco Central inclui em relatório que não há condições para queda de juros
O Banco Central admitiu que a inflação oficial do país vai estourar o teto da meta pelo segundo ano seguido em 2016. A autoridade monetária aposta em IPCA entre 6,6% e 6,9% até o final do ano. O valor continua abaixo da projeção do mercado financeiro para o indicador, atualmente em quase 7,5%.
O economista Sílvio Campos Neto distingue os aspectos primordiais no comportamento da inflação no curto e no médio prazo: “A incerteza é muito significativa e o componente político será crucial para a determinação do comportamento dessas variáveis e por consequência da própria inflação. Nesse caso fundamentalmente seria a questão cambial porque a diferença a princípio nos parece bastante grande”.
O relatório Trimestral de inflação divulgado pelo Banco Central também prevê o índice de preços em até 5,5% em 2017. Em entrevista a Denise Campos de Toledo, o economista Antônio Madeira chama a atenção para uma novidade na versão mais recente do documento: “Para mim, a grande novidade desse relatório foi incorporar a mensagem que não há condições no momento para a queda de juros. O presidente do BC, Alexandre Tombini, já tinha feito esse alerta e ele foi incorporado ao relatório de inflação”. Madeira aposta ainda em uma taxa de câmbio em torno de R$ 4 com a permanência de Dilma Rousseff no poder.
Em caso de um novo governo, a moeda estrangeira poderia recuar, o Brasil abriria espaço para um controle fiscal e dos juros e teria uma melhora na inflação.
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