BC quer reafirmar sua independência com aumento dos juros, dizem especialistas
Está marcada para a próxima quarta-feira (20/01) a reunião do Copom, onde será definida a possível elevação da taxa básica de juros. A aposta do mercado financeiro é que o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumente a Selic, que hoje está no patamar de 14,25% ao ano. A intenção é estabelecer condição mais favorável para que a inflação caminhe para o centro da meta, de 4,5% em 2017.
A economista Thais Zara acredita em uma elevação de 1,25% com o objetivo de promover um ajuste fino: “Pode ser que o Banco Central eleve a taxa Selic, em 100, 125 pontos, ou até um pouco menos do que isso. Esse ajuste fino, para garantir a convergência, cria a expectativa de que em algum momento a taxa de inflação vai recuar. Visa trazer um pouco de conforto, de que o Banco Central está olhado a inflação e que, em algum momento, ela vai cair, mas não tem nenhum ciclo muito grande de alta de juros”.
Já o economista Gilberto Braga acredita que a estratégia da equipe econômica será a de aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual. Em entrevista a Denise Campos de Toledo, o professor do Ibmec do Rio de Janeiro afirma que o Banco Central deve tomar uma atitude agora: “Se não fizer agora, ainda que possamos discutir se é o melhor momento para fazer isso, com todos os indicadores apontando uma performance ruim da economia brasileira, o segundo momento seria na outra reunião do Copom, daqui a 45 dias, e talvez já seja muito tarde”.
Os economistas acreditam que, após a elevação da Selic na quarta-feira, a tendência é de uma nova rodada de alta das taxas. Para eles, a decisão pode ser uma forma do Banco Central reafirmar a independência na gestão da política monetária.
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