BNDES suspende novos empréstimos para JBS por tempo indeterminado

Brasil, Rio de Janeiro, RJ. 06/05/2010. Prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro. - Crédito:PAULO VITOR/AGÊNCIA ESTADO/AE/Codigo imagem:56876 BNDES Prédio

O grupo de proteína animal JBS, dono da marca Friboi, e as empresas do grupo J&F, que controla a JBS e as demais companhias, entraram numa espécie de lista negra do BNDES que decidiu fechar as portas para futuros empréstimos ao conglomerado dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Recentemente, mais de 30 funcionários do banco foram alvos de uma operação da Polícia Federal e conduzidos coercitivamente para prestar esclarecimentos sobre suspeita de facilitação da liberação de um empréstimo de mais de R$ 8 bilhões a partir de 2007 ao grupo JBS.

De acordo com as investigações, a operação de crédito não teria obedecido os ritos e trâmites legais do banco e os recursos teriam sido liberados em um prazo fora dos padrões.

Além disso, a operação teria causado prejuízo ao BNDES que pode superar R$ 1 bilhão.

Na semana passada, quando foram divulgados trechos das delações dos irmãos Batista, surgiram novas denúncias envolvendo o nome do banco. Joesley disse que tinha contato com Guido Mantega, ex-presidente do BNDES, e que parte dos aportes e empréstimos concedidos pelo banco ao grupo virava propina.

Segundo fontes do banco, após os últimos acontecimentos, as portas estão fechadas para novos empréstimos ao grupo. A empresa só poderá pleitear futuros recursos ao BNDES caso assine acordo de leniência que deverá ser ratificado pelo STF.

O banco já abriu também uma comissão interna para investigar todas as operações de crédito feitas no passado com o grupo de proteína animal JBS.

*Informações do repórter Rodrigo Viga