Brasil participa da COP 21, mas não consegue conter o desmatamento, diz especialista
Para ambientalistas, o Brasil não tem qualquer condição de impor uma agenda nas discussões sobre o clima na COP 21, que será realizada na capital da França, no dia 30 de novembro e vai reunir 195 países em busca de acordos climáticos. Um dos objetivos é tentar limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C, que pode ser o maior avanço em 20 anos.
O presidente do Instituto de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, afirma que o Brasil não consegue fazer nem as lições de casa, como proteger as florestas: “Pouca capacidade de enfrentamento dos órgãos ambientais brasileiros, não só da Amazônia, mas do Cerrado, para conter esse processo de degradação e, por outro lado, restrições do licenciamento ambiental daquilo que legalmente poderia ser contido”. Ele ainda acrescenta que a devastação das florestas não retrocede no país.
A coordenadora da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, diz que a COP 21 é uma oportunidade para o Brasil sair do discurso para a prática: “Essas grandes conferências sempre sinalizam políticas públicas locais. O que nós podemos fazer aqui no Brasil, é transformar o discurso feito pela presidente Dilma Rousseff, dos compromissos de zerar o desmatamento, em uma lei”. Para ela, o desmatamento zero deveria ser consequência de um pacto social.
Os organizadores da COP 21 estimam que o evento receberá 5 mil integrantes das delegações oficiais de países e ONGs.
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