Brasileiros atravessam mais um Carnaval sem superar os problemas de assédio
No carnaval de 2016, eu estava nos bloquinhos de São Paulo perguntando aos foliões o que eles pensavam sobre um levantamento feito pelo Instituto DataPopular. “”61% dos homens disseram que mulher que pula Carnaval não pode reclamar de cantada. Vocês concordam?”, e eis que os homens concordaram.
Um ano depois, com o fim da folia, minha missão era fazer um balanço; será que avançamos?
Pergunto ao governo do Estado de São Paulo: temos dados, registramos ocorrências de assédio neste carnaval? Oficialmente, o Estado não tem respostas.
Mas, basta dar uma procurada nas redes sociais e começam a pipocar os relatos de assédio.
Na Lapa, no Rio de Janeiro, uma jovem chamada Elisabeth Henschel termina a noite de folia na delegacia, depois de levar dois socos no rosto. O motivo? Um jovem folião não gostou do fato de ela ter reclamado depois que ele apalpou a bunda dela, sem autorização.
Também no Rio de Janeiro, a polícia investiga a morte do jovem universitário paulista Ruan Kaike dos Santos, de 22 anos. Ele foi encontrado desacordado no último sábado, Copacabana.
Inicialmente, a Polícia Civil fala em afogamento. Mensagens na página do Facebook de Kaique, porém remetem a um caso de homofobia.
Homofobia que também marcou o carnaval paulistano.
Se por um lado foi possível celebrar o turismo que mais do que triplicou se comparado com a festa do ano passado, por outro, o machismo que estava presente lá no carnaval de 2016 persistiu – com relatos de ataques a mulheres e gays.
*Informações da repórter Helen Braun
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