Caixa suspende crédito imobiliário que utiliza recursos do FGTS

  • Por Jovem Pan
  • 06/05/2017 09h48
São Paulo - As agências da Caixa Econômica Federal anteciparam a abertura das agências em duas horas por causa do aumento do movimento para o saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em São Paulo. (Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa/Agência Brasil Caixa Econômica - abr

A Caixa Econômica Federal suspendeu financiamentos habitacionais da linha pró-cotista, que utiliza recursos do FGTS. A modalidade cobra juros mais baixos de trabalhadores com carteira assinada para financiar a casa própria.

Segundo o banco, os recursos disponíveis no momento só são suficientes para atender às “propostas de crédito já recebidas”.

No ano passado, o banco limitou os financiamentos dessa linha por falta de recursos, em meio à queda de contribuições e da alta nos saques do FGTS.

A Caixa afirma ainda que serão liberados R$ 3 bilhões nas próximas semanas para alimentar a linha que utiliza recursos do fundo.

O pró-cotista é dirigido para a compra de imóveis novos ou usados de até R$ 950 mil nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O banco negou ter suspendido os financiamentos por causa do volume de saques das contas inativas do FGTS. O governo federal estima que sejam sacados R$ 43 bilhões até o fim de julho.

Repercussão

O presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), Flavio Amary, avalia que “toda notícia restritiva não é positiva para o mercado”. Amary entende, porém, que a Caixa “deve retomar o financiamento” em breve.

O presidente do Secovi também cobra: “devemos focar na redução da taxa de juros para outros programas, o que a Caixa ainda não começou, acompanhando a queda pelo Banco Central da taxa Selic”, sugere. Ouça a entrevista completa de Flavio Amary AQUI.

Falando ao repórter Felipe Palma, o empresário do ramo imobiliário Cláudio Bernardes aposta que a suspensão da Caixa é temporária. Bernardes acredita que a suspensão é temporária e vê os recursos como “muito bem-vindos” para o mercado.

O especialista em direito imobiliário e consultor da Jovem Pan, Márcio Bueno, acha difícil acreditar nas medidas da Caixa, e considera a decisão do banco desastrosa.

“O dinheiro do fundo de garantia não é da Caixa, é do trabalhador”, diz. “Pela própria lei do fundo de garantia, esses recursos devem ser utilizados para a compra de imóveis”, lembra.

Ouça a matéria de Felipe Palma AQUI.

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