Calero defende Rouanet, mas admite que é preciso aperfeiçoar fiscalização
O ministro da Cultura voltou a defender a Lei Rouanet no dia em que a Polícia Federal deflagrou um desdobramento da operação Boca Livre. Marcelo Calero esteve na CPI da Câmara dos Deputados que apura irregularidades no cumprimento da legislação.
A Comissão foi aberta depois que os investigadores descobriram fraudes no valor de R$ 180 milhões; em junho 19 pessoas acabaram detidas.
Na ação desta quinta-feira (27), batizada de Boca Livre S.A, os alvos foram as grandes empresas patrocinadoras no valor de R$ 25 milhões.
O interesse não era o apoio a um projeto, mas a utilização indevida dos recursos em benefício próprio: as contrapartidas ilícitas.
Falando à CPI, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, defendeu o uso da Lei Rouanet, desde que com toda a lisura. “Acho que é oportuno a gente fazer alguns esclarecimentos e nos debruçarmos sobre esse mecanismo que tem estado na berlinda”, disse.
O ministro da Cultura, Marcelo Calero, considerou ainda a Lei Rouanet democrática, mas afirmou que é preciso aperfeiçoar a prestação de contas.
O relator da CPI, Domingos Sávio, avaliou que faltam mecanismos mais adequados de controle. “Estão muito claras de que nosso objetivo é separar o joio do trigo para preservar e fortalecer esse instrumento de fomento a cultura”, disse.
Domingos Sávio é contra reduzir a abrangência da Lei Rouanet.
Nesta quinta (27), a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Paraná no desdobramento da operação Boca Livre.
Os investigados serão indiciados pelo crime de estelionato contra a União, com penas de um um ano e 4 meses a 6 anos e 8 meses de prisão.
*Informações do repórter Thiago Uberreich
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