Câmara pode regularizar Uber e taxistas se sentem traídos
A Câmara Municipal votará nesta semana o projeto de lei que pode regularizar o aplicativo Uber na cidade de São Paulo. O texto polêmico vai regulamentar também outros serviços semelhantes que vão começar a operar na capital como o WillGo, entre outros. A proposta prevê que as empresas que queiram atuar em São Paulo comprem créditos da Prefeitura por quilômetro rodado.
O autor do projeto na Câmara, vereador José Police Neto do PSD, afirma a Anderson Costa que o mecanismo vai possibilitar controlar o número de carros: “Se você tem um crédito para o carro circular, se tem limite no crédito, tem também limite nos carros, porque vai distribuir os créditos para os carros. Tem muita preocupação com a fiscalização e a punição das empresas que fazem as ofertas de serviço de plataformas digitais. Tem que definir de forma muito clara como se enquadram e, ao se desenquadrar, como serão punidas e excluídas”. Police Neto acrescenta que a proposta estimula a circulação dos veículos em áreas mais afastadas já que nestes locais os créditos serão mais baratos.
O diretor da SP Negócios, Ciro Biderman, entende que a regulamentação pode mexer no preço da corrida pelo Uber, que chega a ser até metade do táxi: “Ela pode fazer isso e cobrar tão baixo porque a conta é repassada para o motorista que não tem opção. Se o motorista tem opção e tiver uma empresa que fique firme, com um preço mais baixo, mas que não tão baixo assim, em isso vai refletir em uma remuneração decente para o motorista parceiro, acho que os motoristas migram para essa outra”. Segundo Ciro Biderman, estudos apontam que a cidade pode ter ainda 12 mil carros para fazer transporte de passageiros, além dos já licenciados.
O presidente da Associação das Cooperativas de Táxis, Edmilson Americano, diz que a categoria está se sentindo traída pela gestão Fernando Haddad: “Você compra o táxi preto, sabendo que o prefeito vetou que o carro particular possa fazer o serviço, você acreditou, investiu, foi para a prefeitura um montante de R$ 300 milhões e, em dezembro, ele abre consulta pública para regulamentar o Uber”. Edmilson Americano aponta que a legislação não permite que carros particulares transportem passageiros e defende que ela deve ser respeitada.
A votação do projeto de lei que pode regularizar o Uber em São Paulo está marcada para quarta-feira (27).
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