Cármen Lúcia homologa delações premiadas da Odebrecht

  • Por Jovem Pan
  • 30/01/2017 09h03
Fellipe Sampaio/SCO/STF Ministra Cármen Lúcia durante cerimônia de posse - STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, homologou na manhã desta segunda-feira (30), as 77 delações premiadas dos executivos da Odebrecht. Agora, o material será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República analisar sobre o que pedirá ou não investigação. Por ora, as delações permanecerão em sigilo.

A expectativa era de que as delações fossem homologadas a partir da terça-feira (31) pela própria presidente da Corte. Segundo Cármen Lúcia, a pressa na homologação das delações deve-se também ao acordo de leniência, que corre em paralelo, e depende da chancela das delações para um plano de ação da empresa após as investigações.

A comentarista Vera Magalhães destaca ainda que com as delações homologadas, novas fases da Operação Lava Jato deverão ser deflagradas, bem como pedidos de novos inquéritos, prisões, denúncias e escolha de testemunhas. 

O Palácio do Planalto também contava com uma rápida homologação, já que o cenário não é dos mais positivos, o conteúdo explosivo divulgado antes da retomada das pautas do plenário no Congresso, evitaria maiores problemas nas votações das reformas. 

Além da delação de Marcelo Odebrecht, que já citou o presidente Michel Temer, o depoimento deve acertar Dilma Rousseff e Lula, segundo Vera Magalhães. “Também tem outro executivo da Odebrecht. O presidente da construtora do grupo, Benedito Jr. vai matar de vez o ex-governador Sérgio Cabral. Por isso, não há benefício nenhum para as investigações uma eventual delação do Cabral. E mata o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Mata os outros governadores de outros Estados, porque era por meio de Benedito Jr. que os Estados faziam acordos de obras”, explica Vera Magalhães.

Confira:

O repórter José Maria Trindade reiterou a confirmação por parte do Supremo da homologação das delações. Segundo apuração da Jovem Pan, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, dá sinais de que não vai indicar agora o relator da Lava Jato, e que o sorteio de um sucessor de Teori Zavascki seja feito com o Judiciário já em volta do recesso.

O comentarista Marco Antonio Villa acredita que o conteúdo das delações irão vazar: “o Brasil quer saber o que tem nessa caixa preta. Precisamos saber o que está lá. 800 depoimentos”.

Segundo fonte do STF, a homologação é apenas formal e a PGR já tinha o conteúdo das delações e já deve abrir inquéritos e oferecer denúncias conforme o andamento do processo ocorrer.

Confira:

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