Carnaval e politicamente correto combinam? Retirada de marchinhas tradicionais causa polêmica

  • Por Jovem Pan
  • 01/02/2017 10h08
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Um dos principais blocos do Rio Fotos Públicas/Gabriel Santos/Riotur (Fotos publicas) Um dos principais blocos do Rio

Samba, suor e cerveja. Está ai uma combinação que nós brasileiros sabemos fazer como ninguém. Mas será que Carnaval combina também com o politicamente correto?

Em 2017 os cariocas terão que, pelo menos, lidar com esta pergunta.

É que tem bloco prometendo retirar do repertório dos festejos marchinhas tradicionais como “Maria Sapatão”, “Cabeleira do Zezé”, “O Teu Cabelo Não Nega”.

Doutora em Ciências Sociais, a professora Fhoutine Marie apoia a iniciativa, e coloca mais lenha neste debate: por que muita gente que questiona, por exemplo, letras de funk, segue defendendo músicas mais tradicionais?

“Tem duas coisas, o fato da tradição e da gente prestar atenção que as manifestações de preconceito estão presentes em outros estilos musicais como a MPB e o Rock”, explicou.

É, mas por outro lado, o Diplomata e especialista em cultura brasileira pela USP, Luís Fernando Cardoso de Almeida, pontua a questão de uma outra forma: será que dá para a gente analisar com os olhos do hoje algo que foi composto em um outro momento da nossa sociedade?

“A pior forma de você deixar de debater algo é censurando isso. É muito importante isso no caso das marchinhas. Agora, o que tem que ser feito é mostrar e explicar o contexto em que tinha o preconceito. Mas não é censurando que você vai conseguir chegar a isso”, defendeu.

E aí, como é que você, ouvinte, vai pular este carnaval? Com ou sem marchinha? Seja como for, o debate já está em pauta.

*Informações da repórter Helen Braun

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