Centro Paula Souza ainda contabiliza estragos após ocupação
O Centro Paula Souza ainda contabiliza os estragos, mas avaliou que foram muitos os furtos e as depredações no interior do prédio que serviu de palco para o protesto dos estudantes durante uma semana.
Assim que a perícia vistoriou o edifício, que fica na região da Luz, os funcionários encontraram portas arrombadas, extintores esvaziados. E começaram a notar a falta de, principalmente, laptops, projetores e telefones.
Parte foi encontrada pela polícia graças a uma denúncia anônomia que alertava que um grupo de jovens teria deixado a ocupação antes da reintegração carregando uma caixa, explicou o tenente Felipe Neves, porta-voz da PM. “Foi acionado a polícia e foi abordado na Rua da Consolação e constatado que havia com eles uma caixa, com materiais de informática”.
Moradores registraram em vídeo, secundaristas mexendo em computadores durante a madrugada. E repudiram a ação.
Segundo o diretor de tecnologia Ruben Pimenta, apesar de recuperar parte dos equipamentos, ainda levará dias para os prejuízos serem contabilizados. “As áreas estão totalmente reviradas, não só a parte de atendimento, como suporte e rede e administrativa. O quanto a gente só vai conseguir saber dentro de dois dias”, disse.
A diretora superintendente do Centro Paula Souza classificou o movimento dos alunos como político. Lara Laganá ainda denunciou a existência de uma cartilha seguida pelos secundaristas que ensina o passo a passo de como se ocupar uma escola. Aliás, já são 11 ETECs invadidas no Estado.
“Mas é uma ação coordenada. Todos agem da mesma forma. Eles entram, passam a corrente no portão. Eles rendem as pessoas, tiram as que estiverem lá dentro. É uma coisa muito estranha. São vândalos, não são estudantes. Eu acredito que seja um movimento político”, afirmou.
O tutorial da ocupação é de autoria da UBES, União Brasileira de Estudantes Secundaristas.
Lara Laganá explicou ainda que o centro estuda fornecer refeições para os 17 mil alunos do ensino técnico integrado que atualmente recebem apenas merenda seca a partir de agosto. “Isso é um problema que vem sendo corrigido gradativamente. Já temos quase 70% atendidos e agora vamos cuidar desses 30% que ainda não foram atendidos”.
Secundaristas ocupam atualmente 11 escolas técnicas como forma de pressionar o governo a dar comida quente aos alunos, em vez do kit com bolacha e bebida láctea.
De acordo com a o Paula Souza já há pedidos de reintegração de posse em curso para todas as ETECs invadidas.
Na manhã desta sexta (6), a Polícia Militar cumpriu mandado de reintegração de posse na sede do Centro Paula Souza após a Justiça autorizar o uso de armas e dispensar a presença do secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes.
A tropa de Choque usou força física e cassetes na ação, mas não efetuou disparos de gás ou bala de borracha.
Assim que deixaram o prédio, os alunos tentaram reforçar a ocupação da ETESP, que fica na avenida Tirandentes, mas a PM impediu.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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