Cientistas britânicos poderão manipular embriões humanos para pesquisa
Nesta segunda-feira (01/02) cientistas do Reino Unido conseguiram autorização para manipular geneticamente embriões humanos. Trata-se do primeiro Estado ocidental a conceder essa permissão.
Um embrião é uma das primeiras modificações pela qual passa um óvulo fecundado, que pode dar origem a um novo indivíduo. A professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e doutora em ciências biomédicas pela Universidade da Cidade de Nova York, Lygia da Veiga Pereira, explica os motivos de se pesquisar as cadeias de DNA nesse estado: “Para entender como cada gene do nosso genoma influencia o desenvolvimento do embrião e o funcionamento de cada um de nós. Nós todos já fomos uma célula, a união do óvulo e do espermatozoide, e como é que essas células começam a se dividir e algumas viram osso, outras neurônios, outras fígado, e de uma forma tão organizada que dão origem a um bebê?”.
Esse entendimento pode levar a descoberta do que causa determinadas doenças. Por tratar com algo que, para muitos, já é um estágio da vida, a manipulação dos embriões não deixa de ser um tema envolvido por polêmica. Por isso a professora Lygia Pereira afirma que o tema é tratado com muito cuidado. “Esses embriões modificados nunca poderão ser transferidos para um útero. A ideia não é fazer uma pessoa geneticamente modificada, mas usar esses embriões no laboratório para entender o desenvolvimento do ser humano”.
O Reino Unido liberou a manipulação genética para pesquisas sobre as causas dos abortos espontâneos. “O único propósito da existência humana é jogar um pouco de luz nas trevas do mero ser” – A frase do pensador suíço Carl Gustav Jung sobre autoconhecimento parece ter encontrado mais um caminho para a realização por meio da ciência.
Reportagem de Tiago Muniz
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.