Com crise, Dia das Crianças e Natal devem ter o pior movimento no comércio desde 2004
Crise econômica faz comércio se preparar para queda nas vendas nas duas últimas datas comemorativas de 2015: o Dia das Crianças e o Natal. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, o movimento no fim de ano deve ser o pior desde 2004, com retração de 4,1%.
No Dia das Crianças, que é um termômetro para o Natal, a Associação Comercial de São Paulo espera recuo de 5% nas vendas. Para o presidente da entidade, Alencar Burti, a carga tributária, que o governo quer aumentar mais, colabora para o resultado fraco do comércio: “Uma bola de futebol para uma criança tem 46,49% de imposto, uma bicicleta tem 45,96%, um iPod, 50%, um par de patins 52%. Com essas cargas tributárias e funcionários com ameaça de desemprego, estamos sendo conservadores em imaginar 5% de recuo”.
Alencar Burti diz que o pessimismo ocorre principalmente devido ao aumento do desemprego na indústria e até mesmo no setor de serviços.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, diz a Anderson Costa que o fim de ano mais modesto poderá inclusive aumentar a inadimplência: “A gente vê dados recorrentes de varejo em queda, e quando falamos em datas comemorativas, vemos datas piores do que no ano passado. Em um ano típico, vemos a inadimplência diminuir no final do ano, porque é quando as pessoas ganham um dinheirinho extra. Sem essa verba a mais, a inadimplência deve continuar subindo. Ela já está bem alta e não devemos ver um arrefecimento no fim do ano”.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio, a alta do dólar é um dos fatores mais prejudiciais para o setor neste fim de ano. O segmento que deverá sentir mais o efeito do câmbio é o de eletroeletrônicos, pelo fato de muitos componentes serem importados.
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