Com inflação galopante, confronto político deve se acirrar na Venezuela
A Venezuela continua enfrentando um impasse político entre governo e oposição, além de uma inflação de 140% ao ano e PIB em queda acentuada. A república bolivariana encara ainda um valor cada vez mais baixo para o petróleo, seu principal produto de exportação. O presidente Nicolás Maduro pediu união nacional enquanto baixou decreto de emergência econômica que dá mais poderes ao executivo.
O professor de relações internacionais da Unesp, Luís Fernando Ayerbe, acha difícil isso acontecer com um lado constantemente atuando contra o outro: “O governo por um lado tentando esvaziar o poder do Congresso e a oposição tentado esvaziar o poder de Maduro em cima de um contexto que não é favorável ao presidente”.
Apesar de já ter entrado em vigor desde sexta-feira (15/01), o decreto deve ser referendado pelo parlamento, com maioria da oposição. O doutor em geografia pela USP, Alberto Pfeifer, afirma a Tiago Muniz que o regime de Maduro tende a perder sustentação com a economia em frangalhos: “A principal sustentação do populismo bolivariano tem sido a transferência de renda para certos setores da população. Isso, nesse momento parece inviável. Com a inflação galopante, desabastecimento generalizado, tudo isso enfraquece mais ainda o regime de Maduro. Essa confrontação com o legislativo, com a oposição tende a se acirrar”.
O aperto de cintos econômico deve incluir a elevação do preço da gasolina que, subsidiada pelo governo, era uma das mais baratas do mundo. O preço do barril de petróleo deve ter quedas maiores com o retorno iminente do Irã ao mercado internacional com o fim das sanções diplomáticas.
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