Com Temer, Maia e Renan contra anistia, votação das “10 Medidas” pode ser adiada
A anistia para deputados e senadores investigados na Lava Jato perdeu tempo no Congresso, era o acordão da semana passada que, denunciado, perdeu a força. A emenda, que não tinha autor na Câmara, agora tem uma decisão política que ninguém assume.
O presidente da República, Michel Temer, e os presidentes da Câmara e Senado, Rodrigo Maia e Renan Calheiros, respectivamente, agora dizem que são contra o perdão para quem praticou o caixa dois.
No entanto, nos bastidores, a proposta que ronda o plenário é mais agressiva e pretende anistiar políticos por lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e até mesmo corrupção passiva.
A votação do projeto das “10 Medidas Contra a Corrupção”, onde seria enxertado o artigo da auto-anistia parlamentar, está marcada para esta terça-feira (29) no plenário da Câmara.
O projeto pode até mesmo ser adiado mais uma vez e ficar para o próximo ano. O primeiro-secretário da Mesa Diretora da Casa, deputado Beto Mansur, adiantou que é contra a anistia e quer aprovar as medidas contra a corrupção. “A gente precisa estudar com detalhes o relatório. Não quer dizer que o que saiu da comissão seja o melhor dos mundos”, disse.
O PT assinou acordo para apressar a votação do projeto com a anistia, mas o vice-líder do partido, deputado Paulo Teixeira, garantiu que este não é o ponto principal. “Esse relatório não pode ser aprovado do jeito que está”, disse.
Mesmo se o projeto for aprovado nesta semana na Câmara, o Senado não abre votação imediata das medidas e pode frustrar os planos dos procuradores de pressionar deputados e senadores e sancionar a lei para um movimento internacional de combate à corrupção previsto para o mês que vem.
*Informações do repórter José Maria Trindade
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