Comissão do impeachment deve encerrar fase de depoimentos na quarta-feira
A Comissão Especial do Impeachment pretende encerrar a fase de depoimentos na próxima quarta-feira (29). Após a coleta de provas, perícias e oitiva de testemunhas, os senadores irão votar um novo parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG).
A análise está prevista para o dia 4 de agosto e a discussão em plenário do Senado, em 9 de agosto.
O diretor de programas especiais da Secretaria de Orçamento Federal, Marcos Ferreira, mostrou nervosismo no questionamento de Ronaldo Caiado (DEM-GO).
“Os decretos tinham compatibilidade com a meta, porque a gente sempre remeteu os créditos aos decretos de contingenciamento. Esse documento que o senhor [Caiado] tem na mão, eu desconheço. Seria interessante depois a gente conhecer para ter novos conhecimentos”, alegou.
Também depôs, na condição de testemunha de defesa, o ex-secretário executivo do Ministério do Trabalho, José Pontes Ibiapina.
A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) criticou a exposição dos depoentes numa manobra petista para esticar o processo: “um servidor público que trabalha na área operacional ele é colocado aqui em situação de constrangimento, porque a gente está questionando aqui é, em primeiro lugar, um resultado primário que não foi computado corretamente”.
Os senadores governistas passaram a limitar sua participação na Comissão para acelar os depoimentos das 40 testemunhas em favor da presidente afastada Dilma Rousseff.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) descartou que os depoimentos são desnecessários, mas comprovam a inexistência do crime da presidente. “Eles dizem aqui que estamos cumprindo uma formalidade. Então, o único instrumento que tinha era que a presidente estivesse envolvida em todas as denpuncias. Mas não tem nenhuma que eles possam pegar”, argumentou.
A senadora Vanessa Graziotin afirmou ainda que a colega Gleisi Hoffmann retomará as atividades na Comissão do Impeachment na segunda-feira.
Nesta sexta-feira, a petista faltou à sessão, depois que o marido, ex-ministro Paulo Bernardo, foi preso na Operação Custo Brasil, da Polícia Federal.
Nas últimas duas semanas, as sessões foram dominadas pela defesa da presidente afastada e tese da inexistência do crime de responsabilidade.
Ao invés de sessões lotadas e um intenso debate, os senadores governistas passaram a se revezar na comissão e reduzir o número de perguntas.
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