Comissão do Senado vota calendário final do impeachment

  • Por Jovem Pan
  • 06/06/2016 09h43
  • BlueSky
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão conjunta do Congresso Nacional destinada à apreciação de 24 vetos, 2 projetos de resolução e do PL (CN) 1/2016, que altera a meta fiscal de 2016. À mesa, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) conduz sessão. Foto: Moreira Mariz/Agência Senado Agência Senado Renan Calheiros

 A Comissão do Impeachment define nesta segunda-feira (06) o calendário da votação final contra Dilma. O novo governo quer incluir a delação da Odebrecht no processo.

O relator Antônio Anastasia (PSDB) apresentou inicialmente a proposta de 15 dias para as alegações finais da acusação e outros 15 dias para a defesa. Mas a senadora Simone Tebet (PMDB) propôs a redução para cinco dias para cada uma das partes, de acordo com o novo Código de Processo Penal.

O julgamento definitivo do afastamento da presidente deixaria de ser realizado em agosto e passaria para a segunda semana de julho, entre os dias 13 e 14. O presidente da Comissão aceitou a redução de 20 dias no processo o que motivou uma forte reação dos petistas e da defesa de Dilma Rousseff

Raimundo Lira (PMDB) levou a questão para a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski: “Nós teremos a solução do Lewandowski. Vamos trabalhar com esse novo calendário, com um cronograma mais encurtado como o de 1992”. Lira entende que o amplo direito de defesa está assegurado, mas caberá ao ministro Lewandowski analisar se o rito do caso seguirá o de Fernando Collor.

O advogado da presidente Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, repudia o cronograma e recorreu da decisão da Comissão Especial: “Alguns querem atropelar o direitos de defesa, alguns têm interesse em consumar o impeachment e não deixar que nós possamos provar que esse processo de impeachment é realmente um golpe, não querem que provemos a inocência da presidente da república, por isso atropelam”. Cardozo quer levar ao processo as gravações de Sérgio Machado, que atingem o PMDB, e o líder do governo, a delação da Odebrecht.

Aloysio Nunes Ferreira quer usar as afirmações do empreiteiro, de que Dilma pediu pessoalmente uma doação de R$ 12 milhões para sua campanha: “Não há pressa nenhuma, o que nós estamos seguindo é a legislação e o rito proposto pelo STF. Não creio em nenhum aporte, porque é óbvio que ela não tem a menor condição de liderar o país para enfrentar essa crise”.

Segundo reportagem da IstoÉ, o acordo de confidencialidade da Odebrecht aponta a solicitação de Dilma a Marcelo, para a campanha de 2014. O então tesoureiro Edinho Silva teria pedido os R$12 milhões, mas Odebrecht se recusou a pagar, então Dilma afirmou que era para pagar.

A presidente classificou as declarações de calúnia e mentira, ao negar que teria conversado pessoalmente com Marcelo Odebrecht sobre pagamentos. Dilma afirmou que a tese é infundada e jamais intercedeu para buscar benefícios financeiros para si ou para qualquer pessoa.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.