Compra da “ruivinha”, a refinaria de Pasadena, poderá ser cancelada
Ministério Público Federal afirma que a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras pode ser cancelada. A aquisição de 50%, por US$ 360 milhões, foi aprovada pelo conselho da estatal em fevereiro de 2006 com suspeita de superfaturamento.
Na segunda-feira (16/11), foi deflagrada a 20ª fase da Operação Lava Jato com vinte mandados cumpridos no Rio de Janeiro e em Salvador.
O ex-gerente da área internacional da Petrobras, Roberto Gonçalves e o suposto operador Nelson Martins Ribeiro tiveram prisão temporária decretada. O Ministério Público reconhece que está se adaptando ao desmembramento das investigações, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal.
O procurador Carlos Fernando Lima explica que a nova fase, batizada de “corrosão”, é uma referência a como o dinheiro público foi apropriado: “Pasadena era chamada entre os funcionários da Petrobras de ‘ruivinha’, justamente pelo excessivo nível de corrosão que ela apresentava. E a corrosão era dos próprios princípios institucionais de boa governança da Petrobras, que nos pretendemos extirpar definitivamente com a Operação Lava Jato”. Para o procurador, os valores estão sendo apurados, mas o operador preso teria repassado US$ 5 milhões a Paulo Roberto Costa.
O delegado Igor Romário de Paula diz que o nome da nova fase traduz o que os corruptos fizeram no caixa da Petrobras e aponta envolvidos: “Esses ex-funcionários, entre eles estão gerentes e ex-gerentes executivos da área internacional, e ex-gerentes da área de inteligência da área internacional da Petrobras, ou seja, as pessoas responsáveis que, na prática, não deixariam um negócio como esse de Pasadena ocorrer”. O delegado acrescenta que o ex-funcionário preso e o operador não estavam mais na ativa.
Os investigadores acreditam que as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, podem ter custado até 20% a mais do que deveriam.
Novos delatores acusam que a compra da refinaria em Pasadena rendeu US$ 15 milhões em propinas para executivos da Petrobras, mas o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, rebateu as denúncias e reafirmou que a operação foi coerente com o plano de negócios da empresa.
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