Condenado na esfera pública, racismo ainda é forte dentro de casa, diz especialista
“O racismo no Brasil vive na fronteira entre o público e o privado porque, condenado na esfera pública, ele ainda é forte dentro de casa”. A afirmativa é do Mestre em Sociologia e estudioso do racismo no Brasil, Professor Marcio Macedo. O preconceito ainda está muito arraigado na sociedade e uma prova é o que aconteceu com a atriz Monica Duarte, branca, e a filha dela, negra.
No último final de semana, elas passeavam em um shopping de Pinheiros, na zona oeste da Capital, quando a atendente de uma loja de doces abordou a menina, falando que não era permitido pedir dinheiro dentro do shopping.
Em entrevista a Helen Braun, o professor Marcio Macedo credita este tipo de abordagem a um preconceito de cor ainda muito forte. Segundo ele, o corpo do negro, em muitas sociedades, ainda está fortemente ligado ao estigma da inferioridade: “O racismo age desta forma, que aloca uma série de ideias negativas à cútis da garota. É interessante do ponto de vista sociológico, a gente consegue observar como o racismo opera, não só no Brasil, mas em vários outros lugares, tendo o corpo negro como um signo e significador de ideias, de inferioridade, criminalidade, ideias estereotipadas de sexualidade exacerbada, e por aí vai”.
A atriz já fez uma denúncia para o disque 100 e também um boletim de ocorrência. Em nota, a empresa informou que não aceita qualquer tipo de discriminação.
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