Condutor de impeachment em 1992 afirma que clima hoje não é de unanimidade

  • Por Jovem Pan
  • 28/03/2016 09h48
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Entrevista da presidenta Dilma Rousseff sobre nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil (Wilson Dias/Agência Brasil) Agência Brasil Dilma (AGBR)

 O deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), em entrevista à Jovem Pan, afirmou que sem a combinação de fatores técnicos jurídicos e populares não há uma condição para o impeachment da presidente Dilma Rousseff: “Acusações pesadíssimas, mas não provadas, e fatos menores mostrando mais tecnicamente o crime de responsabilidade. Sem esses dois fatores, o popular e o jurídico, não há impeachment”.

Pinheiro, que foi o presidente da Câmara que conduziu o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, acredita que, apesar de algumas semelhanças, o clima político de hoje não é semelhante ao de 1992: “Tem que criar um clima como o de 92. Eu não diria que o quadro de hoje é igual (…) Não se faz impeachment cantando votos”. Ibsen Pinheiros defende que para o impeachment é preciso um clima avassalador e de unanimidade, e não apenas de 2/3 de aprovação na Câmara.

O deputado afirma que tanto a Dilma como o Collor não tem o jeito adequado ao jogo político, e alega que outra semelhança entre os dois governantes é a que as imputações mais graves vieram sem provas. No caso de Dilma, Pinheiro acredita que a grande repercussão para o impeachment está menos ligada às pedaladas fiscais e mais à delação de Delcídio Amaral, à tentativa de Mercadante em interferir no processo judicial e às gravações de conversas com o ex-presidente Lula.

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