Confira aqui o que você não ouviu no “Os Pingos nos Is” de 16/01/2015

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2015 19h30

Os assuntos que não foram comentados por Reinaldo Azevedo, Mona Dorf e Patrick Santos, nesta sexta-feira (16/01/2015), você lê abaixo:

CUNHA – A candidatura do peemedebista Eduardo Cunha à presidência da Câmara ganhou força nos últimos dias. Duas bancadas da Casa aderiram ao candidato: a bancada evangélica e a dos ruralistas. Com cerca de 90 deputados na próxima legislatura, os evangélicos estão em campanha pelo peemedebista, e os ruralistas divulgaram, recentemente, uma nota de apoio a Cunha. Para os dois grupos, o peemedebista se comprometeu a acolher demandas, como a rejeição a qualquer tentativa de liberalização do aborto e de criminalização da homofobia; e a possibilidade de que o Congresso tenha o poder de demarcar terras indígenas. As bancadas ainda afirmam que Cunha é o candidato que trabalhará por uma “Câmara independente”.

KASSAB – O DEM promete ir ao Tribunal Superior Eleitoral nos próximos dias contra a criação do novo partido do ministro Gilberto Kassab. Kassab pretende refundar o Partido Liberal – PL – para atrair descontentes de diversas legendas e ampliar a base de apoio ao governo Dilma Rousseff. A cúpula do DEM irá fazer uma consulta ao TSE para que a Corte se posicione a respeito do que o partido considera fraude à legislação eleitoral. Além do DEM, a movimentação de Kassab tem irritado também a cúpula do PMDB, que pode perder parlamentares para a nova legenda. O senador Ronaldo Caiado, do DEM, tem sido o principal crítico de Kassab. No início da semana, ele atacou o ministro no Twitter. “Em vez de se comportar como ministro, Kassab adota postura de cafetão e acha que deputados são garotas de programa para viabilizar o PL”, afirmou Caiado. À época, Kassab rebateu: “As críticas não merecem comentário algum, porque, além de infundadas, são motivo de constrangimento a seus pares”.

ESCOLA GAY – Reinaldo, uma organização de apoio a gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros no Reino Unido revelou nesta semana os planos de abrir a primeira escola para alunos LGBT do mundo, na cidade de Manchester. Foi nessa cidade que uma jovem lésbica de 14 anos se suicidou recentemente, com medo de contar a seus pais sua orientação sexual. De acordo com os planos, divulgados pelo jornal The Guardian, a escola atenderia a 40 alunos em tempo integral e a mais 20 em tempo parcial. O custo estimado da instituição giraria em torno de 200 mil reais.

IR – O sinal da equipe econômica do governo de que pode levar ao Congresso, ainda neste ano, um novo projeto para aumentar o Imposto de Renda dos prestadores de serviço é visto com ressalva por parlamentares aliados ao governo e oposição. Só para lembrar o caso, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou haver uma discrepância entre os assalariados com carteira assinada, que recolhem IR com alíquotas entre 7,5% e 27,5%, e parte dos prestadores de serviço, que atua como pessoa jurídica e paga cerca de 4% em impostos, segundo ele. O presidente do DEM, senador Agripino Maia, do RN, avalia que o governo erra ao insistir no aumento de tributos em detrimento do corte de gastos, e afirma que essa ideia prejudica a competitividade. Candidato ao comando da Câmara, o atual líder do PMDB, Eduardo Cunha, do RJ, afirma que o tema ainda “é controverso” entre os parlamentares e avalia que o projeto teria dificuldade para passar no Congresso.

INDÚSTRIA – Após quatro meses de alta, o faturamento da indústria voltou a cair em novembro. De acordo com a CNI, a confederação nacional do setor, o mês foi ruim também para o emprego, que recuou pela nona vez consecutiva. Os números estão alinhados com os dados oficiais do IBGE e com a análise da maioria dos analistas do mercado, que consideram que a indústria teve um ano perdido em 2014. Segundo as projeções mais recentes de economistas ouvidos pelo Banco Central, o setor fechou o ano com retração de 2,91%. Caso as estimativas se confirmem, 2014 terá sido o pior ano para a indústria desde 2009, quando a produção encolheu 7,1%.

CAMPOS – O jornal “O Estado de São Paulo” revelou hoje que as investigações da Aeronáutica sobre o acidente que matou o ex-presidenciável Eduardo Campos, em agosto do ano passado, concluíram que falhas do piloto levaram à queda do avião. De acordo com a publicação, a Aeronáutica não encontrou indícios de falha técnica do avião. Entre os erros do piloto Marcos Martins estariam a falta de treinamento para o modelo de aeronave e o uso de um “atalho” para acelerar o procedimento de descida. Em nota, o irmão de Eduardo Campos, o advogado Antônio Campos, questionou a informação de que acidente foi causado por falha humana. Segundo ele, os laudos do Cenipa tratam de possibilidades, mas não são conclusivos. O primo do piloto Marcos Martins, o também piloto Carlos Grou, também criticou o resultado das investigações da Aeronáutica.

GOLDMAN – O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB, afirmou em entrevista à Agência Estado que a presidente Dilma Rousseff começou este segundo mandato montando uma estrutura de poder de forma a evitar um processo de impeachment. Segundo ele, a petista quer fazer a Presidência da Câmara dos Deputados, porta de entrada de um pedido do gênero, e montou sua estrutura de governo com essa prioridade. Indagado se o PSDB já trabalha com essa perspectiva, Goldman foi cauteloso. “Falo de impeachment com a tranquilidade de uma matéria que faz parte da Constituição, nada fora da lei, é tudo dentro da lei.”

BOKO – A Anistia Internacional informa que cerca de 500 mulheres e crianças teriam sido sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram após um ataque que deixou pelo menos 150 mortos na cidade nigeriana de Baga, no último dia 3. O episódio está sendo tratado como o mais sangrento da história do Boko Haram. O presidente Goodluck Jonathan fez uma visita à região e prometeu combater o grupo e dar apoio aos desabrigados. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados estima que mais de 11 mil e 300 pessoas fugiram e se protegeram em países vizinhos após o último ataque.

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