Confira a edição completa de “Os Pingos nos Is” desta quinta-feira (11/09/2014)

  • Por Jovem Pan
  • 11/09/2014 19h07
Reprodução Polêmica charge em questão aplicada a alunos de 13 anos compara o holocausto à política externa de Israel

No programa Os Pingos nos Is, Reinaldo Azevedo, Mona Dorf e Patrick Santos comentaram os principais assuntos desta quinta-feira.

Em seu editorial, Reinaldo Azevedo comentou uma questão polêmica que um professor secundarista colocou em sua prova de geografia, comparando o massacre do holocausto com a política externa de Israel nos assentamentos. Veja acima.

Reinaldo disse: “Bastava a imagem para constatar que, para o professor, as duas situações são equivalentes — o que já é de uma notável delinquência intelectual. Observem: isso não é matéria de opinião, mas matéria de fato. Comparar os territórios palestinos a campos de concentração é coisa de vagabundos morais. Não consta, para ser raso, que os judeus tivessem mísseis à sua disposição em Auschwitz ou em Treblinka”.

“Trata-se de uma assertiva obviamente criminosa, do mais escancarado antissemitismo”, avalia. Reinaldo explica, então, que falou com o diretor do colégio Andrews, no Rio de Janeiro, e descobriu que a escola repudia a questão e demitiu o professor.

“Há uma enorme diferença entre formar alunos críticos, preparados para entender a complexidade do mundo, e querer transformá-los em militantes políticos. Muitos jovens ouvem Os Pingos nos Is. Deixo aqui um recado, quase uma convocação: não aceitem passivamente a partidarização das aulas. Professor que se confunde com pregador é, de fato, um vigarista”.

“A prova, reitero, foi aplicada a alunos de 13 anos. Um deles fotografou a indignidade e, felizmente, o debate saiu dos muros do colégio. Ele é de interesse geral. Que as direções das outras escolas tenham a clareza e a coragem demonstrada pelo comando do Andrews nesse caso”, pede Reinaldo.

“O lugar desse professor é a rua. E o lugar de sua questão é a lata de lixo moral”, conclui.

O destaque de Mona Dorf foi a sabatina pela qual passou a candidata à Presidência Marina Silva. “Os partidos perderam o vínculo com a sociedade”. A candidata do PSB usou o termo “assaltar” em relação à administração da estatal. Marina se disse ainda vítima de um “batalhão de Golias contra Davi”. Já Aécio Neves classificou como “inaceitável” o ataque petista contra Marina Silva.

Reinaldo Azevedo opinou que é importante distinguir o que é debate político e o que é “terrorismo político”.

O destaque de Patrick Santos foi na área da economia. “O governo vem propagando que os indicadores econômicos vão mostrar recuperação neste segundo semestre, ou nesta reta final de ano, mas não é isso que os números vem mostrando”, avalia.

Dois indicadores mostrariam isso. O primeiro é que “a criação de empregos com carteira assinada recuou 20% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado”. O outro é de que “as vendas no varejo brasileiro cairam 1,1% em julho sobre junho, pior resultado desde outubro de 2002, informou o IBGE”.

Caio Blinder, correspondente internacional Jovem Pan em Nova Iorque, fez uma participação especial, como é de costume. Blinder falou sobre o discurso à nação americana que fez o presidente dos EUA, Barack Obama, considerando a intervenção do país no conflito na Síria e Iraque, onde o grupo Estado Islâmico tenta impor um governo autoritário e tem pessoas de grupos minoritários, como cristãos e yazidis.

Outras notícias que foram comentadas no programa são:

  • O PSDB vai tentar barrar o atual projeto de implantação da ciclovia na Avenida Paulista, aqui em São Paulo, obra que é ideia do prefeito petista Fernando Haddad. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico, o Condephaat, – órgão estadual vinculado à gestão do governador tucano Geraldo Alckmin – divulgou uma nota informando que a implantação da ciclovia na Paulista pretendida por Haddad depende de seu aval. O órgão técnico afirmou que a faixa passará em uma área próxima ao Masp, que é tombado. Por isso, qualquer intervenção em uma área de 300 metros a partir do museu deve ser submetida ao conselho. A Prefeitura, no entanto, argumenta que a obra não interfere nos aspectos históricos do elemento tombado e, por isso, não quer submetê-la a conselhos.
  • O presidente da CPI mista da Petrobras, o senador Vital do Rêgo, do PMDB da Paraíba, enviou nesta quinta-feira um ofício ao Supremo Tribunal Federal pedindo que a Côrte libere o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para depor no Congresso. Costa está preso na superintendência da Polícia Federal no Paraná. O depoimento dele está previsto para acontecer na quarta-feira que vem.
  • Em meio ao vazamento das primeiras informações prestadas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Justiça Federal, o defensor do doleiro Alberto Youssef, o advogado Antônio Figueiredo Basto, disse ao Estadão que seu cliente não irá fazer delação premiada. Considerado como um dos pivôs de um esquema de lavagem de dinheiro de 10 bilhões de reais, Youssef foi preso na operação Lava Jato da Polícia Federal realizada no último mês de março. Uma possível colaboração dele junto à Justiça poderia acelerar as investigações e trazer novos desdobramentos. Além de preocupar muita gente, é claro.
  • O presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, criticou a falta de planejamento e governança no Estado brasileiro e citou a Petrobras como exemplo. Para Nardes, contudo, o problema não envolve apenas a empresa ou o governo federal. “Eu não estou criticando o governo federal, estou criticando a estrutura. A falta de planejamento leva à corrupção, o fato de não existir governança facilita a corrupção. Não tem planejamento, metas, nem avaliação de risco como o que aconteceu em relação à Petrobras”, analisou. A fala do presidente da Corte de Contas ocorre em um momento em que a estatal é alvo de críticas dos candidatos de oposição Marina Silva, do PSB, e Aécio Neves, do PSDB, que acusam a gestão petista de aparelhamento da estatal. A ex-ministra do meio ambiente chegou a afirmar que a Petrobras estava sendo destruída “pelo uso político, o apadrinhamento e a corrupção”.
  • Uma nota triste que vem lá do Rio Grande do Sul. O Centro de Tradições Gaúchas de Santana do Livramento, uma cidadezinha a 495 quilômetros de Porto Alegre, amanheceu destruído por um incêndio. E, ao que tudo indica, o incêndio foi criminoso. A história é a seguinte. O Centro receberia, nesse sábado, uma cerimônia de casamento gay, o que desagradou um grupo chamado Movimento Tradicionalista Gaúcho. Segundo uma funcionária do local, o Centro de Tradições vinha recebendo ligações anônimas com a ameaça de colocarem fogo no lugar caso não suspendessem o casamento entre duas mulheres. O incêndio não deixou vítimas e a polícia investiga suas causas. O casamento, agendado para sábado, está mantido.

Alguns dados eleitorais também foram lidos e avaliados durante o programa. Confira os principais:

  • Em São Paulo, O governador Geraldo Alckmin segue liderando com folga com 49% (tinha 53%), seguido por Paulo Skaf, do PMDB, que se manteve estável, com 22%, e Alexandre Padilha, do PT, que subiu dois pontos e marca 9%. Num segundo turno entre Alckmin e Skaf, o tucano venceria com 58% e o pmdebista teria 30%.
  • No Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, do PR, caiu 3 pontos e foi a 25%, mesmo percentual de Luiz Fernando Pezão, do PMDB (subiu 2 pontos). Marcelo Crivella, do PRB, tem 19% (tinha 18%) e Lindberg Farias, do PT, tem 12% (tinha 11%). Segundo turno: Pezão venceria Garotinho por 47% a 35% e Crivela venceria o ex-governador por 45% a 33%.
  • Em Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT, ampliou sua vantagem e foi a 34% das intenções de voto (tinha 32%). Pimenta da Veiga, do PSDB, marca 23% (tinha 24%) e Tarcísio Delgado, do PSB, segue com 3%. Segundo turno: Pimentel: 42%, Pimenta: 29%.
  • Em Pernambuco, virada de Paulo Câmara, candidato de Eduardo Campos. O peessebista tem 39% (tinha 36%) e Armando Monteiro, do PTB, tem 33% (tinha 36%). Num eventual segundo turno, Câmara teria 43% e Monteiro, 37%.
  • No Distrito Federal, José Roberto Arruda, do PR, lidera com 37% (tinha 34%). Agnelo Queiroz, do PT, ficou estável, com 19%, e Rodrigo Rollemberg, do PSB, subiu 5 pontos, e está com 18%. Segundo turno: entre Arruda e Agnelo, o candidato do PR venceria por 49% a 30%. Já entre Arruda e Rollemberg, o candidato do PSB venceria por 43% a 42%, na verdade, um empate técnico.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.