Confira a edição completa de “Os Pingos nos Is” desta segunda-feira (10/11/2014)

  • Por Jovem Pan
  • 10/11/2014 19h00

No programa Os Pingos nos Is desta segunda-feira, Reinaldo Azevedo, Mona Dorf e Patrick Santos comentaram os principais assuntos do dia. Confira abaixo algumas notícias que foram destaque na edição deste 10 de novembro de 2014.

Documentos da Polícia Federal e do serviço de inteligência do Brasil, obtidos pelo jornal, apontam que traficantes ligados ao grupo terrorista Hezbollah, que domina o sul do Líbano, formaram uma associação com criminosos brasileiros, integrantes do PCC, organização criminosa que atua nos presídios brasileiros.

Relatórios produzidos pela PF apontam que membros do Hezbollah se ligaram aos integrantes do PCC para articular rotas do tráfico internacional de drogas e contrabando de armas. Em troca, os criminosos brasileiros prometiam dar proteção a presos da quadrilha libanesa já detidos nas penitenciárias do país.

Os documentos revelam que a sociedade começou a ser montada em 2006. Mas as provas só foram descobertas dois anos depois, quando uma operação realizada pela PF reuniu os primeiros indícios da ligação entre libaneses e a organização criminosa brasileira.

O epicentro dessa ação no Brasil, é Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). E é lá que vivia um libanês apontado pelos Estados Unidos, como coordenador do Hezbollah no Brasil: Farouk Abdul Hay Omairi

Segundo um relatório do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, de 2006, o libanês, que tinha 61 anos e vivia no Brasil, era ligado ao tráfico internacional de drogas. Farouk seria ainda mais perigoso: foi apontado como o principal membro do Hezbollah na região. Uma espécie de coordenador da comunidade.

Naquele mesmo ano de 2006, a Polícia Federal abriu inquérito no Brasil. Mas o caso era apenas envolvimento com narcotráfico. No ano seguinte, o libanês, que fala francês e árabe fluentemente, foi preso por ordem judicial. Era a Operação Camelo, da PF. O filho Kaled Omairi também foi detido.

Farouk pegou 12 anos de prisão, e foi parar, ao lado de Kaled, no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande. Em 2012, ganhou as ruas no regime aberto, sendo obrigado a se apresentar regularmente à Justiça.

Os apresentadores falaram também sobre a declaração do deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro. Ele disse que não pretende ser um candidato a presidente da Câmara submisso ao Palácio do Planalto, que tem reclamado da antecipação do processo de sucessão na Presidência da Casa. Na avaliação de Cunha, interessa apenas ao governo e ao PT interromper agora as discussões sobre tema. Segundo Cunha, o PT imagina que assim poderia produzir algum outro candidato mais palatável ao Planalto. Mas ele, Cunha, não pretende interromper sua campanha. A Presidência da Câmara é o terceiro cargo na República. Quando se ausentam a presidente e o vice, quem assume o Palácio do Planalto é o chefe da Câmara dos Deputados. E se há um pedido de cassação de mandato ou de impeachment presidencial, quem decide em grande parte o rito processual é o presidente da Câmara. Como se sabe, em 2015 deve eclodir, com toda a sua força, o escândalo revelado pela Operação Lava Jato, que identificou crimes de corrupção dentro do Petrobras com possíveis ramificações no Congresso e no Executivo.

Outro assunto abordado foi uma reportagem do jornal O Globo. Ela revelou hoje que o custo da violência no Brasil já chega a 5,4% do nosso PIB, algo em torno de R$ 258 bilhões. A matéria adianta os números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado amanhã pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Essa é a primeira vez que o anuário inclui esse tipo de levantamento. A ideia do estudo é calcular o chamado “custo social da violência”, que engloba gastos com serviços de segurança particular, seguros contra furtos e roubos, despesas com o sistema público de saúde e perda de capital humano. Essa perda de capital humano é explicada da seguinte forma pelo economista Daniel Cerqueira, diretor do Ipea e responsável pelo cálculo: “As pessoas vítimas da violência, em geral, morrem de forma prematura, e deixam de produzir e de consumir. É claro que a vida não tem preço, mas, do ponto de vista econômico, há uma perda. É uma tragédia humana e econômica”.

Confira no áudio acima, na íntegra do programa, esses e outros assuntos que foram ao ar na edição desta segunda-feira.

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