Confira a edição completa de “Os Pingos nos Is” desta segunda-feira (21/09/2015)
Reinaldo Azevedo, Patrick Santos e Victor LaRegina comentaram os principais assuntos desta segunda-feira (21) em “Os Pingos nos Is”.
Em seu editorial de abertura, Reinaldo Azevedo analisou as prisões de João Vaccari Neto e Renato Duque, confira.
– João Rezende Henriques, apontado pela Operação Lava Jato como o maior operador de propina na Diretoria Internacional da Petrobras, se entregou na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro no início da tarde desta segunda. O mandado de prisão temporária contra ele foi expedido na Décima Nona fase da operação, deflagrada nesta manhã. Nela também foi cumprido mandado de prisão preventiva – sem prazo determinado – contra José Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix. Ele é investigado por ter pagado 140 milhões de reais de propina da empresa para a Eletronuclear. Sobrinho foi preso em casa, em Florianópolis.
– Esta nova etapa da Lava Jato, a Décima Nona, representa um avanço nas investigações da 15ª, 16ª e 17ª fases e está associada ao pagamento de propina a partir de contratos na Eletronuclear. Ela foi deflagrada em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro, na manhã desta segunda, para cumprir 11 mandados judiciais, sendo um de prisão temporária, um de preventiva, sete de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A atual fase foi batizada de “Nessum Dorma”.
– Em conversa na manhã desta segunda, o vice-presidente Michel Temer disse à presidente Dilma Rousseff que não fará indicações para o novo ministério. Temer afirmou que vai deixá-la “à vontade” para definir os nomes de peemedebistas de sua nova equipe. Durante o encontro, o vice afirmou que o PMDB entende que, neste momento, o mais importante é cortar ministérios e sinalizar que o governo está fazendo a sua parte para o reequilíbrio das contas públicas. Pelo desenho fechado neste domingo, o PMDB pode perder três dos seis ministros da atual composição da Esplanada dos Ministérios. A pasta de Portos será fundida com a Aviação Civil, Pesca, com a Agricultura, e Turismo será incorporado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
– Em entrevista à Folha, o ex-ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, disparou uma série de críticas ao governo federal. Segundo ele, a relação entre o PT e o PMDB foi minada porque “o governo não confia em ninguém”. O peemedebista acrescenta que a “estratégia inicial” do segundo mandato de Dilma foi “desidratar o PMDB”, por isso a relação está estremecida. Apesar do tom forte das declarações, ele deixa claro que o PMDB não conspira nem trai o governo, quer apenas buscar uma “solução para o país”. Sobre o pacote de medidas anunciado na semana passada, o ex-ministro disse que ele é “politicamente equivocado”. (?) E aí, Reinaldo, o que achou da entrevista de Moreira Franco?
– Ainda sobre esse assunto, a Folha informou agora à tarde que o ex-presidente Lula será um dos responsáveis pela articulação política do governo. O acerto ocorreu nesta segunda, após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff. Segundo uma pessoa ligada a Lula, sua atuação ocorrerá em paralelo à articulação formal do Palácio do Planalto – que deve ficar a cargo de Giles Azevedo e Ricardo Berzoini. Apesar de continuar como ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante ficará afastado dessas funções. Reinaldo, Lula responsável pela articulação: (?) será que agora vai?
– O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se reuniu nesta segunda com o presidente do Senado Renan Calheiros para discutir o pacote de cortes anunciado na semana passada pelo governo. Além de Renan, estavam presentes o líder do PMDB, Eunício de Oliveira, e o senador Romero Jucá. Ao sair desse encontro, Levy reconheceu a jornalistas que “a discussão do ajuste será difícil”. Mesmo assim, o ministro disse que os projetos que integram o pacote econômico devem ser encaminhados ainda hoje ao Congresso.
– O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes afirmou que o julgamento que proibiu as doações de empresas para campanhas eleitorais e partidos ainda não foi concluído. Segundo ele, o tribunal ainda precisa discutir a chamada modulação de efeitos, ou seja, estabelecer a partir de quando uma decisão seria aplicada. O entendimento contraria posição do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que chegou a declarar que a decisão do Supremo tem efeito a partir de agora nos caixas dos partidos e nas eleições de 2016, proclamando o fim do julgamento e tratando o caso como encerrado.
– A presidente Dilma Rousseff enviou uma mensagem a Israel expressando desconforto com a nomeação do ex-líder colono Dani Dayan como embaixador israelense em Brasília. A presidente teme que a indicação seria interpretada como apoio brasileiro às políticas de assentamento israelense. A mensagem foi transmitida através dos canais diplomáticos e coloca o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma posição incômoda uma vez que a nomeação foi aprovada por seu governo há duas semanas.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.