Confira a edição completa de “Os Pingos nos Is” desta sexta-feira (14/11/2014)

  • Por Jovem Pan
  • 14/11/2014 19h05

No programa Os Pingos nos Is desta sexta-feira, Reinaldo Azevedo, Mona Dorf e Patrick Santos comentaram os principais assuntos do dia. Confira abaixo algumas notícias que foram destaque neste 14 de novembro de 2014.

Como não podia deixar de ser, a prisão do ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque foi um dos destaques. Ele foi indicado por José Dirceu e de executivos das maiores empreiteiras do Brasil com contratos com a Petrobras. A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira em cinco estados e no Distrito Federal a sétima fase da Operação Lava Jato.

Os alvos são executivos de empreiteiras ligadas a um esquema de fraudes e também pessoas que estariam envolvidas em transporte de dinheiro para doleiros. São seis mandados de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 49 mandados de busca e apreensão, totalizando 85 mandados judiciais envolvendo nove empresas.

Vale lembrar que Renato Duque é apontado por delatores do Petrolão como interlocutor do PT na Petrobras. A PF informou que nenhum político é alvo da ação dessa sexta-feira, mas um dos mandados de condução coercitiva expedidos foi para Marice Corrêa de Lima, parente do tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Ela foi levada à PF para prestar esclarecimentos.

Continuando o assunto, a operação desta sexta se deu a partir da análise do material apreendido até aqui e dos depoimentos colhidos nas fases anteriores da investigação da Operação Lava Jato.

Para se ter uma ideia dos valores envolvidos nesse esquema, essas empresas têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. E mais: só um dos supostos cúmplices de Renato Duque, o homem de José Dirceu na Petrobras, recebeu U$ 100 milhões, hoje quase R$ 260 milhões.

O objetivo na fase atual da Operação Lava Jato é colocar os corruptores na prisão. Por corruptores entenda-se os presidentes e diretores de grandes empreiteiras, como Odebrechet, Camargo Corrêa e Mendes Júnior. As empreiteiras viraram o foco quando dois dos presos decidiram assinar um acordo de delação premiada: o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Muitos policiais e procuradores têm como modelo de investigação a Operação Mãos Limpas, que devastou a máfia e a corrupção política na Itália nos anos 1990.

A Polícia Federal acionou a Interpol para tentar localizar Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, Mário Negromonte, e o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema do petrolão. A Justiça expediu mandado de prisão contra ambos, mas eles não foram localizados pelos agentes.

O irmão do ex-ministro era subordinado ao doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras.

Os apresentadores continuaram falando da Petrobras. A empresa informou hoje que vai divulgar o seu balanço do terceiro trimestre mesmo sem a aprovação de seus auditores até o dia 12 de dezembro. A expectativa era de que a estatal divulgasse os dados até hoje à noite, data limite estipulada pela Comissão de Valores Mobiliários, mas os números não foram aprovados pela auditoria PricewaterhouseCoopers, uma das maiores do mundo. A Price decidiu não assinar nenhuma demonstração contábil da Petrobras até que a empresa ponha um ponto final nas investigações internas que apuram denúncias de corrupção. O mercado reagiu muito mal ao adiamento. Os papéis da estatal despencaram nesta sexta-feira – chegaram a cair quase 5%. A Petrobras ON fechou o dia com queda de 2,67%. Já Petrobras PN registrou baixa de 2,94%. O desempenho negativo das ações da estatal ajudou a derrubar a Bolsa de Valores de São Paulo, que encerrou a sexta-feira com desvalorização de 0,14%.

Confira no áudio acima, na íntegra do programa, esses e outros assuntos que foram ao ar na edição desta sexta-feira.

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