Confira a edição completa de “Os Pingos nos Is” desta sexta-feira (17/03/2017)
Reinaldo Azevedo, Victor LaRegina e Vitor Brown comentaram os principais assuntos desta sexta-feira (17) em “Os Pingos nos Is”.
Em seu editorial de abertura, Reinaldo Azevedo falou sobre a Operação Carne Fraca. Saiba mais no editorial completo.
Outros destaques do programa foram:
FRIGORÍFICOS – A PF deflagrou a Operação Carne Fraca, que investiga a venda ilegal de alguns produtos por frigoríficos. Foram cumpridos 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema. A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e a JBS, dona da Seara e da Friboi, estão na mira dos investigadores. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das empresas.
CARNE PODRE – Gravações telefônicas interceptadas pela PF mostram que os frigoríficos brasileiros vendiam carnes podres para os mercados doméstico e externo. Em uma das conversas, um dos donos da empresa Peccin e a mulher discutem o uso de carne de cabeça de porco em linguiças, o que é proibido pela legislação. Em outra gravação, os sócios do frigorífico discutem como reaproveitar um presunto que, embora podre, “não tem cheiro de azedo”, e por isso poderia ainda ser vendido.
ESQUEMA – A investigação começou após denúncia feita por um servidor do Ministério da Agricultura, que desconfiava de um contrato com a Secretaria Estadual de Educação do Paraná. O lanche dos estudantes estava adulterado. Era pra ser salsicha de peru, mas não havia carne no alimento, apenas proteína de soja, fécula de mandioca e restos de frango. O esquema criminoso seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. A ação funcionava da seguinte maneira: os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização.
SERRAGLIO – Um dos citados na investigação é o atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio. Então deputado federal, ele aparece em grampo interceptado pela operação conversando com o suposto líder do esquema criminoso, a quem chama de “grande chefe”. Apesar de aparecer nesse grampo, Serraglio não é investigado, pois a PF diz não ter encontrado indícios de ilegalidade na conduta do ministro.
POLÍTICOS – De acordo com o delegado Maurício Moscardi Grillo, as propinas pagas a fiscais do Ministério da Agricultura para afrouxar a fiscalização em frigoríficos abasteceram o PMDB e o PP. A PF, porém, não sabe os motivos que levaram os agentes públicos a repartir os valores que recebiam – se por indicações políticas ou outras razões. Também não foram identificados quem eram os políticos beneficiados.
RESPOSTAS – Em nota, a JBS afirmou que a empresa “e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias”. A BRF declarou, por meio de comunicado, que está colaborando com as autoridades, que não compactua com práticas ilícitas. Em nota, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que determinou o afastamento imediato de todos os envolvidos e a instauração de procedimentos administrativos.
LAVA JATO X DELTAN – Ao divulgar o balanço dos três anos da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que a sociedade não pode colocar suas expectativas de modo excessivo no Judiciário contra a corrupção. Disse também que existe um conflito de interesses entre a sociedade e os parlamentares: “Os propósitos de ambos são divergentes. As discussões sobre anistia ao caixa dois são apenas uma cortina de fumaça para a discussão real da anistia à lavagem de dinheiro”.
LAVA JATO X CARLOS – No mesmo evento, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou: “Basta uma noite no Congresso para derrubar a Operação Lava Jato. Revelamos a extensão da corrupção. As provas estão aí, para que todos nós possamos vê-las”. Lima também afirmou que boa parte do Legislativo e do Executivo está contra a Lava Jato.
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