“Congresso não pode entrar em recesso” defende José Serra

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2015 08h30
Pedro França / Agência Senado José Serra

 O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no mesmo dia em que perdeu o apoio do PT no Conselho de Ética, autorizou a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O pedido deverá ser analisado pelo Congresso para depois ser encaminhado para votação no Senado. Estava marcado para o dia 14/12 o início do recesso parlamentar com previsão de retorno ao trabalho na metade de fevereiro.

Sobre essa questão, o senador José Serra (PSDB-SP) defende a importância dos parlamentares não entrarem em recesso para dar continuidade nos trâmites do impeachment: “É a minha proposta, o Congresso não pode entrar em recesso. Se entrar, tem fim de ano, Carnaval, vamos para março com isso e o Brasil não aguenta”.

Mas apesar de defender a continuidade dos trabalhos, Serra acha difícil que o parecer do Congresso seja definido em 2015: “Neste ano será difícil, temos menos de um mês. Na época do Collor eu era líder do PSDB na câmara e demorou 23 dias a comissão”.

O senador acredita que a insatisfação é generalizada, e a crise enfrentada pelo país amplia o desejo político de mudança: “A população está insatisfeita e estamos na crise do século. Nunca tivemos uma situação econômica tão dramática. A vantagem do pedido agora é tirar o país da paralisia”. Serra afirma que será realizada uma “plebiscitação”, ou seja, os deputados irão ouvir o povo para representá-lo na Câmara: “A preocupação de um deputado é a reeleição, então eles se improntam com o que as pessoas pensam. Sinceramente meu sentimento é de que vai haver impeachment na Câmara e no Senado. O país inteiro deverá ser ouvido a esse respeito”.

Por fim, Serra afirma que o PMDB é uma peça chave para a realização do impeachment: “A peça fundamental é o PMDB, mas não é a única. Tem que ter um governo de união nacional. Minha esperança é que, havendo remoção da presidente, Temer consiga fazer um governo juntando forças, mudando as expectativas”. Ele finaliza: “Temos que ir para a batalha, quem está na política tem o dever de encontrar uma saída e quem está fora tem que pressionar”.

Na entrevista para o Jornal da Manhã ele ainda fala sobre a transição do lulopetismo para um governo ainda não definido. Confira!

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