Congresso pode discutir possibilidade de proteger quem denunciar corrupção
Congresso volta a discutir possibilidade de proteger e recompensar pessoas que denunciem espontaneamente casos de corrupção.
Nos países de língua inglesa, a prática é conhecida como “whistleblowing”; no Brasil, um projeto de lei que doutrina a questão está parado na Câmara.
No entanto, o tema pode ser incluído no relatório final que elabora a transformação das “Dez Medidas Contra a Corrupção” em lei efetivamente.
A procuradora da República Thaméa Danelon Valiengo lembrou que o Brasil demorou para ter leis anti-corrupção e que essa nova figura é um passo adiante. “A nossa lei anti-corrupção veio apenas em 2013 e foi implementada por pressão do Banco Mundial. As empresas estão preocupadas com a ética e a figura do whistleblowing é de extrema importância”, disse.
Por outro lado, a ideia desperta polêmica dentro do meio jurídico com a possibilidade de que o instrumento seja utilizado sem parcimônia.
O advogado Pierpaolo Cruz Bottini se disse preocupado se ocorrer a decretação de medidas cautelares a partir dessas “denúncias de boa fé”.
“O que me parece fundamental quando trata desses indicativos, isso serve para o whistleblowing e para o procurador é o que tipo de medida posso adotar diante disso”, afirmou.
O projeto de lei que está parado na Câmara foi apresentado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
A recompensa pela colaboração espontânea pode chegar a até 10% dos valores recuperados a partir da investigação que surgir dos dados.
*Informações do repórter Tiago Muniz
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