Conselho de Administração da Petrobras se reúne nesta segunda-feira

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2016 08h05
Petrobras/ABr Petrobras pré-sal

 Nesta segunda-feira (23) o Conselho de Administração da Petrobras avalia a indicação de Pedro Parente para o cargo de presidente da empresa. Parente deve atuar junto a Meirelles para renegociar a dívida da estatal. O nome do ex-ministro de FHC foi bem recebido pelos analistas na expectativa de uma gestão técnica e sem interferências políticas do governo.

Sob a gestão de Aldemir Bendine, a Petrobras buscou fluxo de caixa para não quebrar, cortou 23 mil terceirizados e programou a venda de ativos. Ainda assim, a recuperação da Petrobras ocorrerá somente no longo prazo e depende do acordo com credores da dívida de R$ 450 bilhões. Alvo do maior escândalo de corrupção mundial, a petrolífera brasileira acumulou um prejuízo de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre.

Em entrevista a Marcelo Mattos, o ex-diretor da ANP, David Zylbersztajn, avalia que a despolitização é fundamental para o retorno da credibilidade: “É um caso único no mundo. Todas as empresas de petróleo sofreram com a queda do preço, e empresas venderam combustível mais barato do que compravam. Mas nenhuma empresa do mundo fez projetos faraônicos sem nenhuma justificativa econômica como a Petrobras fez”.

A Petrobras pretende vender US$ 15 bilhões em ativos, após a natural redução de investimentos e maior dificuldade para novos financiamentos.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires Rodrigues, diz que será um longo período, após o PT quebrar a Petrobras: “A Petrobras não é empresa que tem que sair vendendo tudo o que tem para pagar a dívida, até porque, na atual conjuntura, ao fazer isso, corre o risco de dar um alívio de liquidez de curto prazo na empresa, mas aquela alavancagem de dívida que ela tem, que é quase seis vezes a relação dívida líquida e ebitda, não vai acontecer nada”.

A recuperação se dará num momento de petróleo em baixa e maior discussão mundial de novos combustíveis limpos ao invés do petróleo. O ex-presidente da Petrobras, Armando Guedes, defende um plano estratégico adaptado às novas condições de mercado: “A Petrobras tem um programa enorme de investimento, tem descobertas efetuadas espetaculares, então tem que procurar se orientar e botar o foco em materializar essas reservas que ela descobriu em produção”.

A nomeação de Pedro Parente e suas primeiras declarações animaram o mercado e as ações da Petrobras subiram no último pregão da Bovespa. O futuro presidente garantiu o fim das indicações políticas para cargos na estatal, governança aperfeiçoada e novo Conselho de Administração.

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