CEO do Mercado Livre conta como a marca superou desafios para valer US$ 80 bilhões
Stelleo Tolda foi o convidado do programa Conselho de CEO desta terça-feira, 5; ele falou sobre a trajetória da marca para se adaptar às mudanças provocadas pela tecnologia e, mais recentemente, pela pandemia
No Conselho de CEO, da Jovem Pan, desta terça-feira, 5, o jornalista e comentarista de negócios do Jornal da Manhã, Carlos Sambrana, entrevista Stelleo Tolda, co-fundador do Mercado Livre. Ainda no ano de 1999, Stelleo iniciou o site ao lado do argentino Marcos Galperin e de Hernán Kazah. Com isso, o brasileiro formado em Engenharia Mecânica com MBA e Mestrado na Universidade de Stanford fez história no ambiente de inovação e viu a empresa escalar para a posição de uma das marcas mais valiosas da América Latina, valendo mais de US$ 80 bilhões (equivalente a R$ 423 bilhões) e empregando mais de 14 mil funcionários – cinco mil deles no Brasil. Durante a pandemia, no mês de agosto, a marca que foi iniciada como uma startup e hoje atua como uma empresa de tecnologia que atingiu o topo na lista das marcas mais valiosas da América Latina. Atualmente, a empresa usa a logística, que recebeu investimento recente de R$ 4 bilhões, para atuar no segmento do comércio e de serviços financeiros (Mercado Pago). O processo de transformação da empresa foi longo, mas a visão adotada pelos fundadores há 21 anos já previa o potencial do Mercado Livre. “Nesse sentido, aquilo que nós acreditávamos tem acontecido, mas dentro do ramo da tecnologia você está sempre sendo desafiado, você trabalha em um ambiente muito dinâmico, então tem sido importante para o Mercado Livre se adaptar às mudanças”, afirmou. Ele lembra que a princípio, uma forte estrutura tecnológica precisou ser traçada para o funcionamento da plataforma de democratização do comércio.
Dificuldades e inovação
No ano seguinte à fundação do Mercado Livre, o “estouro da bolha” da internet fez com que o mercado – antes abundante para as empresas neste campo – fosse rareado. O grupo precisou de uma segunda rodada de investimento institucional. “Foram momentos de dúvidas, de desconfiança. A empresa estava apenas começando, nós ainda nem cobrávamos pelos nossos serviços, sabíamos que aquele investimento institucional era muito necessário para que a gente pudesse operar e para que a gente pudesse provar que o nosso modelo de negócios era viável”, afirmou. Ainda em 2000, enquanto empresas concorrentes no Brasil não cobravam tarifas de transação, a marca instaurou uma cobrança de taxa de comissão de 3% como uma forma de gerar renda. A inovação foi logo copiada pelas outras.
Investimento em logística para entrega rápida
O investimento bilionário da empresa na área de logística foi resultado de uma preocupação crescente com os clientes, que necessitam cada vez mais de uma entrega rápida, de um frete que seja o mais barato possível e da facilitação das compras. Questionado sobre a possibilidade de abrir as fronteiras do Market Place do Mercado Livre para outras empresas que não têm relação com a marca, o CEO não descartou a possibilidade em um futuro distante. “Entendemos que existe um potencial, mas dentro das nossas prioridades no ano de 2021 não pretendemos lançar isso como um serviço para transações em sites terceiros”, afirmou. Segundo ele, o foco na expansão logística para o Brasil e a América Latina são prioridades atuais.
Outro motivo que influenciou o investimento na logística foi o crescimento do consumo da população durante a pandemia. O CEO conseguiu perceber a entrada de pessoas que nunca tinham usado o e-commerce anteriormente nesse ambiente virtual e também o aumento do volume daqueles que já eram adeptos a isso. “Mesmo aquelas pessoas que já haviam comprado online, passaram a fazê-lo de forma mais recorrente. Isso tem muito a ver com a melhoria do comércio eletrônico como um todo”, lembrou. Como conselho, Stelleo lembrou que os empreendedores nunca devem deixar de aprender. “Levo isso como um lema pessoal. Toda minha formação e a minha experiência traz consigo essa marca de estar sempre em evolução, buscando conhecimento, buscando adaptação”, lembrou.
Confira o programa Conselho de CEO desta terça-feira, 5, na íntegra:
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