Conselho Federal de Medicina reconhece ELA como irreversível e incapacitante

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2016 09h54
Profissionais da saúde. Foto: Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens Plano de saúde

Quem se lembra do desafio do balde de gelo? Em 2014, as redes sociais foram invadidas por vídeos em que celebridades do mundo inteiro derramavam sobre suas cabeças um balde com água e gelo.

A receita era, na verdade, para chamar atenção para a Esclerose Lateral Amiotrófica. A doença que é conhecida pela sigla ELA é uma degeneração dos neurônios do cérebro que, com o tempo, provoca fraqueza muscular e rigidez dos músculos.

Com o avanço, o paciente começa a ficar incapaz de mexer os braços, as pernas, é como se a pessoa passasse a ser um prisioneiro dentro do proprio corpo.

Apesar disso, pessoas diagnosticadas com ELA têm encontrado dificuldade para conseguir beneficios como aposentadoria por invalidez, auxilio doença e isenção do imposto de renda.

Agora, um parecer emitido pelo Conselho Federal de Medicina deverá ter embasamento para que os peritos possam reconhecer essa incapacidade, ainda que ela não esteja se manifestando de forma visível.

De acordo com o parecer do neurologista Hideraldo Cabeça, o paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica, classificada como provável ou definida, é portador de uma doença irreversível e incapacitante. Só que mentalmente o paciente continua lúcido. Por isso, quanto mais cedo o benefício for concedido, maior é a possibilidade dar melhores condições de tratamento ao doente, enquanto a ELA evolui.

“Quem apresenta esse diagnóstico, apresenta um risco elevado de insucesso, ou seja, evolução à óbito, em prazo invariável. Se você dá diagnóstico antes o indíviduo estar completamente inválido, você traz condição para vida melhor”, disse.

As portarias que enumeram as enfermidades passíveis de concessão de benefícios estabelecem que quando uma pessoas tem paralisia irreversível e incapacitante, ela passa a ter o direito de receber auxílio do Estado.

A ELA tem incidência de um caso para 100 mil pessoas por ano. Os homens são os mais afetados pela doença.

*Informações da repórter Helen Braun

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